Com a criatividade não se brinca

Para quem pensa que a criação deste mercado é recente, engana-se. Já no início dos anos 90, ouvia-se o termo “indústrias criativas”, tendo como referência a Creative Nation Project da Austrália.

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Eu escolhi trabalhar o tema “Economia Criativa”(1) , para expor uma das áreas mais amplas e complexas da atividade humana. Só recentemente, o grande mercado percebeu sua existência. E, em pouco tempo se tornou assunto obrigatório em rodas de negócios e da política. Pois bem, a minha intenção não é criar conceitos e teorias, mas sim, refletir sobre percepções que vou coletando nessas minhas andanças profissionais.

Para quem pensa que a criação deste mercado é recente, engana-se. Já no início dos anos 90, ouvia-se o termo “indústrias criativas”, tendo como referência a Creative Nation Project da Austrália. Este projeto enaltecia o trabalho criativo das atividades culturais, com a inserção posterior da tecnologia da informação neste rol. É interessante também notar, que este termo surgiu no âmbito de governamental para depois se notabilizar nas esferas da iniciativa privada. De lá pra cá, muita transição e diferentes conceitos fizeram mais de uma dezena de setores serem incluídas nestas Indústrias Criativas, principalmente pelos britânicos. Hoje Londres é um dos três centros de Economia Criativa, juntamente com Barcelona e Berlim, expandindo pelo mundo na década seguinte o paradigma da transformação sócio econômica.

Para mim, mais do que tudo, a sua importância e significância está na mudança da chave mental do mercado financeiro e governamental. Onde todos trabalham para obter resultado de curto prazo e “produtificação” total, nada como criar um ruído, introduzindo a criatividade humana e inovação como diferencial de valor para criação de uma nova economia. Por isso, a partir de agora, vamos percorrer um pouco este caminho ainda nebuloso da Economia Criativa. Fiquei feliz, quando soube que o governo brasileiro criou uma Secretaria da Economia Criativa e que a Prefeitura de São Paulo mapeou a cidade para que, através da Economia Criativa, clusters novos sejam desenvolvidos. Daqui pra frente, pensar de forma inovadora e criativa será a chave do novo design de negócio.

E, se transferirmos este pensamento para a área de Eventos e Turismo, como será criar eventos neste universo de Cidades Criativas, com importantes clusters de Economia Criativa... como uma atividade eminentemente criativa, Eventos e Turismo poderão ganhar nova força e dinamismo sócio econômico.

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(1) a idéia de indústrias criativas busca descrever a convergência conceitual e prática das artes criativas (talento individual) com indústrias culturais (escala de massa), no contexto das novas tecnologias de mídia (TICs) em uma nova economia do conhecimento, para o uso dos novos consumidores - cidadãos interativos – Hartley, John 2005.

... é usado para representar um cluster de atividades que têm criatividade como um componente essencial, estão diretamente inseridas no processo industrial e sujeitas à proteção de direitos autorais.- UNCTAD 2004

Uma abordagem holística e multidisciplinar, lidando com a interface entre economia, cultura e tecnologia, centrada na predominância de produtos e serviços com conteúdo criativo, valor cultural e objetivos de mercado. - Edna Duisenberg.