EVENTO RECEBEU TAMBÉM LANÇAMENTO DE BIA BEDRAN, ENCONTRO COM ZIRALDO E DEBATE COM MIRIAM LEITÃO E KAREN ACIOLY
A cantora, compositora, contadora de histórias e escritora Bia Bedran lançou o inédito “Fazer um bem”, com ilustrações de Sandra Ronca. A publicação é inspirada no álbum musical de mesmo nome e trata de temas como cidadania, solidariedade e ética. No título, há ainda partituras musicais, o que torna o conteúdo universal. Durante o encontro com o público, Bia encantou não só as crianças, mas também aos pais e mães presentes, que participaram ativamente das dinâmicas propostas pela artista. Ela explicou que a história não se dá em prosa. É um poema, com versos curtos. Feliz com o novo trabalho, Bia declarou: “Eu acredito que as crianças precisam segurar em livros, manuseá-los. Hoje todas estão mais acostumadas a passar as páginas em um tablet. A leitura tem a força de um super-herói”. Segundo ela, a mensagem da obra precisa ser transmitida por meio da família: “Os pais devem repassar essa idéia do que é um bem e de que ele começa em atitudes pequenas para que as crianças se aproximem e compreendam essa filosofia”.
Ainda no clima de Copa, os “Encontros Paralelos” abriram hoje debate sobre “O futebol e a literatura”, com participação do jornalista Fernando Molica, do ilustrador J. Victtor, do escritor Joel Rufino, e do escritor e jornalista Jorge Viveiros de Castro, que falaram sobre como o futebol é retratado pela literatura infantil. “As emoções do futebol são difíceis de serem recriadas na literatura. Os gols no ultimo minuto, as faltas e as coisas surpreendentes que acontecem em jogo. Foi essa experiência que tentei escrever. Me baseei nas partidas escolares, em um universo de meninos, tentei resgatar também histórias reais do futebol, trazer as emoções das peladas”, detalhou Viveiros de Castro. Para Molica, o futebol é parte da infância de cada um de nós: “O futebol é um elemento de formação, o primeiro brinquedo da infância, a bola é nosso primeiro estímulo criativo".
Ao fim do dia, Karen Acioly e Miriam Leitão, duas das vencedoras do prêmio FNLIJ desse ano nas categorias “Teatro Hors Concours” e “Revelação”, também participaram dos “Encontros Paralelos” para falar da conquista. Karen, que faturou o prêmio pelo trabalho com o livro “A excêntrica família Silva” explicou que precisou fazer trabalho de campo na escola de circo para criar a história. Já a jornalista Miriam Leitão, que foi reconhecida por conta da obra “A perigosa vida dos passarinhos pequenos”, declarou que seu objetivo era causar encantamento e transmitir valores, mas sem dar lição de moral. A escritora contou que foi uma criança e adolescente muito apaixonada por livros: “A literatura foi uma pedra basilar para a leitora que sou hoje. Eu não poderia separar o que aconteceu na minha vida profissional das minhas experiências literárias na infância”. Sobre o Prêmio FNLIJ alcançado esse ano, garante: “Não pretendo tirar meus pés desse terreno onde entrei”.
Em seu último dia de participação no Salão FNLIJ, Ziraldo mais uma vez recebeu muitos fãs mirins. O autor afirmou que as crianças precisam receber estímulo para se tornarem criativas: “Todo mundo tem capacidade de criar. Os pais precisam ler pros seus filhos, ler é a coisa mais importante de todas. Se não existissem livros, não existiria a história do mundo".
Durante 12 dias, o 16º Salão FNLIJ reuniu mais de 170 lançamentos de livros, como “Alegria e Raiva, de Michele Iacocca, “É de morte”, de Flávia Savary, “A árvore de Tamoromu”, de Ana Luísa Lacombe, “Festa do Pijama”, de Ziraldo, “O beijo negado”, de Pedro Bandeira, “Manual poético dos esportes olímpicos”, de Luis Ernesto Lacombe, “Camarões x Tartarugas”, de Walcyr Carrasco, “Diário de Pillar em Machu Picchu”, de Flávia Lins e Silva, entre outros. Mais de 180 autores participaram da programação, seja apresentando suas publicações, seja em encontros com as crianças e jovens, como fizeram Heloísa Seixas e Ruy Castro, Marina Colasanti e Ziraldo. O evento promoveu ainda performances de ilustradores, entre eles, dos argentinos Isol e Istvansch. Também marcaram presença Roger Mello, vencedor do Prêmio Hans Christian Andersen desse ano, Nelson Cruz, Marilda Castanha, Jô Oliveira e Ciça Fittipaldi.
Os “Encontros Paralelos”, série de debates voltada para o público adulto, trouxeram à tona temas como “A acessibilidade à literatura infantil e juvenil”, com fala de representantes do Movimento Down, Instituto Benjamin Constant, Instituto Nacional de Educação de Surdos e Fundação Dorina Nowill; “Literatura em Cena”, com participação de Walcyr Carrasco, que falou sobre a experiência de inserir livros em novelas; “Incontáveis Linhas, Incontáveis Histórias: A ilustração Brasileira em Destaque”, com participação de Roger Mello, Rui de Oliveira, Graça Lima, André Neves, entre outros nomes importantes; “Primavera dos Clássicos”, com Marina Colasanti, Antônio Torres, Godofredo de Oliveira Neto e Nélida Piñon, que discursaram sobre a relevância dos tradicionais autores da literatura. Os três dias de Seminário Bartolomeu Campos de Queirós trataram da literatura argentina, da literatura indígena e das mudanças da literatura infantil e juvenil de 40 anos para cá, tomando como marca o 14ºCongresso IBBY 1974, no Rio de Janeiro.
Duas exposições também compuseram o ambiente do Salão FNLIJ no Centro de Convenções SulAmérica. A mostra “Roger Mello e seus jardins” apresentou ilustrações e objetos pessoais do artista e um vídeo com depoimentos dele sobre cada uma de suas mais importantes obras. Outra exposição foi sobre os 40 anos do Prêmio FNLIJ, com um painel das 420 títulos já reconhecidos pela Fundação. O público pode ainda aproveitar as bibliotecas com acervo específico para cada tipo de público: Biblioteca FNLIJ Petrobras para Crianças, Biblioteca FNLIJ para Jovens, Biblioteca FNLIJ para Educadores, Biblioteca FNLIJ para Bebês.
16º Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens
Promover o livro e a leitura como agentes formadores da criança e do jovem. Esse é o principal objetivo do Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens, que chega esse ano à 16ª edição, entre os dias 28 de maio e 8 de junho, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro. Com uma homenagem dedicada à Argentina, o evento conta com o 16º Seminário FNLJ Bartolomeu Campos de Queirós, além de encontros com escritores, lançamentos de títulos, leituras de livros, performances de ilustradores, exposições e palestras com autores e especialistas para o público adulto. Patrocinado pela Petrobras desde 2001, e com apoio da Prefeitura do Rio, por meio das Secretarias Municipais de Educação e de Cultura, do Instituto C&A e da UNIMED, o Salão FNLIJ tem ainda quatro bibliotecas específicas para cada público, além do Espaço de Leitura e do Espaço do Ilustrador.
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