É hora de despertar. O amanhã já chegou.

A indignação dos agentes de viagens com o anúncio de vendas de produtos turísticos em redes de lojas e supermercados é legítima. A sensação é de que estamos sendo, a cada dia que passa, alijados do processo de venda de bilhetes. E estamos mesmo. Só que esse processo começou em 2000, quando as empresas aéreas anunciaram a redução na comissão e, desde então, a Abav vem lutando para protelar essa medida que sabemos ser irreversível. Quantos se prepararam para esse cenário ao longo de uma década?

A iniciativa das empresas aéreas em expandir seu mercado para estar mais próxima da classe C também é legítima. Quem não quer criar produtos para atender esses novos consumidores, que hoje somam mais de 25 milhões de brasileiros? Todos querem! Mas os agentes de viagens, ao invés de olharem o horizonte, seguem olhando para trás e desejando viver como 10 anos atrás, quando o a venda de passagens era o principal negócio das empresas.

A Abav, não tem como impedir que fornecedores trabalhem diretamente com o cliente. O que podemos fazer é oferecer alternativas para que os agentes de viagens possam enfrentar novos desafios; dar ferramentas para que os agentes de viagens se aproximem desses novos consumidores; apresentar produtos para que possam ser agregados os serviços ofertados; capacitar seus associados. E esse papel nós fazemos.

Fechamos acordo com uma financeira, no início de 2009, para que os associados pudessem ter acesso a condições especiais de parcelamento nas vendas de pacotes turísticos. Ainda no ano passado, assinamos um acordo de cooperação para que as agências associadas pudessem realizar operações de câmbio.

Este ano, desenvolvemos o projeto Viaja Fácil Brasil, um consórcio que possibilita que as agências associadas ofereçam parcelamento em até 36 vezes para seus clientes e que, ainda, gera remuneração dupla. O agente ganha na venda do pacote e do consórcio.

Ou seja, apresentamos novas opções de serviço para atender o cliente e para aumentar a fonte de renda das empresas. Mas quantos usufruíram desses benefícios? Quantos se interessaram em saber mais? Quantos oferecem, hoje, esses serviços nas suas empresas?

Nós fazemos o nosso papel, mas não temos o poder de abrir os olhos de cada um de vocês para as novas oportunidades. Mas começo a crer, com base nos comentários que li no site do Panrotas, que alguns já estão acordando e, ao invés de ficarem reclamando de um tempo passado, estão se movimentando em direção ao futuro.

*Presidente ABAV Nacional