Empresas investem nos PDVs para a Páscoa

Por mais paradoxal que possa parecer, o momento de crise na economia internacional pode fazer com que o número de contratações temporárias típicas da época que antecede a Páscoa, tenha uma aumento expressivo neste ano em relação ao mesmo período de anos anteriores. As empresas devem contratar 10% a mais do que o período que antecedeu a Páscoa do ano passado. Em apenas uma agência de seleção de promotores de vendas em Curitiba, a Pró Eventos, foram realizados mais de mil cadastros de interessados nas vagas temporárias, em apenas uma semana. Para a diretora do Pró Eventos, Débora Mattos, o bom momento para as vagas temporárias teria várias explicações. A primeira, porque as empresas do ramo alimentício que têm na Páscoa a época de maior faturamento sazonal já teriam iniciado a produção de um volume superior aos outros anos num período anterior à crise. De acordo com Débora, o número de contratações deve acompanhar o crescimento da demanda de ovos de páscoa neste ano. Débora explica que, com a meta de vendas ameaçada pelo consumo mais comedido das pessoas diante da crise, a estratégia seria investir no ponto de venda para estimular o consumidor.

 

"As empresas já fabricaram os produtos e precisam de promotores e demonstradoras para alavancar as vendas." Uma das empresas que apostam na contratação de promotores de vendas para dar vazão à demanda é a Kraft Foods, que conta com uma unidade de produção na capital paranaense. A empresa, que já havia contratado 1.050 para a linha de produção, pretende contratar 6,1 mil trabalhadores para a promoção e venda dos produtos em todo o País. Destes, 12% serão contratados no Paraná. A Kraft confirmou uma produção nacional de 21 milhões de unidades de ovos de Páscoa para este ano. Outra fabricante, a Itamaraty, com sede em Rolândia, no norte do Paraná, prevê um aumento de 5% na produção de ovos de chocolate neste ano, em relação a 2008. Serão cerca de 1 milhão de ovos distribuídos nas cinco regiões brasileiras. Débora conta que, além dos fabricantes de chocolates, o comércio ligado a outros segmentos também está prevendo utilizar os contratados de forma temporária para estimular o consumidor. "Essa crise já está fazendo com que outros ramos também precisem de promotores de vendas, como é o caso das operadoras de telefonia e bebidas". Para Débora, a crise pode fazer com que os contratos com agências seja prolongado por um período superior à Páscoa. "Quanto mais crise, mais contratação é preciso. Se estiver tudo bem, com a procura já acentuada, a atenção voltada para as vendas não seria tão concentrada", afirma. Ela conta que algumas empresas têm optado por estender os contratos por 90 dias, aproveitando outros eventos sazonais. "Alguns dos nossos clientes já sinalizam a possibilidade de protelar os contratos temporários até o Dia das Mães, numa tentativa de alavancar as vendas", prevê Débora.

 

 (VB)