O Instituto Estrada Real está de olho no potencial turístico da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. Para isso, será preciso ampliar o número de leitos em hotéis e pousadas ao longo dos municípios que compõem a Estrada Real. "Com a vinda de delegações e turistas para Belo Horizonte, que deverá ser uma das sedes da Copa, não sei se o número de hotéis será suficiente. É preciso alojar uma parte desse pessoal ao longo da Estrada Rea", afirma o diretor geral do instituto, Baques Vladimir Sanna. Uma das ações diretas para tentar ampliar o número de turistas na Estrada Real é a criação de embaixadores, profissionais do setor de turismo de vários países, sobretudo em agências de viagens, que serão municiados de dados sobre as centenas de municípios que integram o Circuito da Estrada Real.
Segundo o direitor, a Estrada Real é um desafio no setor turístico brasileiro. Dados de uma pesquisa da Embratur revelam uma estagnação no número de turistas estrangeiros no Brasil nos últimos anos. Em 2005, foram 5.358.170 visitantes do exterior, número que caiu para 5.025.834 no ano passado. "A Estrada Real é um destino turístico que compete internamente com as praias do Rio e do Nordeste. Precisamos trazer turistas para cá, convencer o estrangeiro de que ele pode passar 15 dias nas praias e uma semana na Estrada Real, uma espécie de contraponto turístico às outras opções", destaca.
Encerrado ontem em Ouro Preto, o Fórum das Letras foi um evento pesquisado pelo Instituto Estrada Real para medir o número de turistas e traçar seu perfil. O Observatório do Turismo, criado pelo Instituto Estrada Real, ligado à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), mensurou detalhes importantes do fórum, que reuniu mais de 70 escritores, entre brasileiros e estrangeiros. "Esses dados serão muito úteis na realização de edições futuras, porque permitem saber quem veio ao evento, de onde eles vieram, onde se hospedaram, quanto gastaram. São dados que ajudarão na hora de buscar patrocínios e captar recursos", explica o pesquisador Frederico Coelho.
Em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto, a pesquisa mapeou os limites de capacidade da cidade histórica para receber turistas. Durante os cinco dias de realização do Fórum das Letras, Ouro Preto contou com 2.223 unidades habitacionais, o que corresponde a 5.383 leitos, distribuídos em 92 empresas de meios de hospedagem. O crescimento esperado no fluxo de visitantes foi de 1,42% em relação ao total de público do evento no ano passado.
A expectativa de público do fórum nesta edição ultrapassou os 13 mil visitantes. O tempo médio de permanência foi de 2,4 dias e o gasto médio por turista, de R$ 108,46. Levantamento inicial da pesquisa do Instituto Estrada Real demonstrou que os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro são os principais emissores de visitantes no Fórum das Letras, com 58,06%, 32,26% e 3.23% de demanda, respectivamente.
As pesquisas feitas pelo Observatório do Turismo, como as realizadas em Ouro Preto, estão abertas também para outros municípios, inclusive os que não integram a Estrada Real. "A idéia é, que no futuro, o Instituto Estrada Real possa ser uma espécie de incubadora de projetos", diz Sanna. Ele destaca que o instituto está entrando em uma nova etapa de atuação. Antes, nós priorizávamos o institucional em relação ao comercial. Hoje, 80% de nosso trabalho é comercial, 20% é institucional..
(JA)
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