Evento discute fim do faturamento de diárias hoteleiras

Com escopo de incentivar alternativas para o pagamento de faturas, duas multinacionais que obtiveram sucesso na adoção de novos modelos apresentaram aos

O fim do faturamento de diárias hoteleiras foi o fio condutor do evento realizado na tarde desta quinta-feira (11), em São Paulo, pelo Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), em parceria com a Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas (Abgev), Fórum das Agências de Viagens Especializadas em Contas Corporativas (Favecc) e Empresas Administradoras de Viagens de Negócios do Brasil (TMC Brasil).

Com escopo de incentivar alternativas para o pagamento de faturas, duas multinacionais que obtiveram sucesso na adoção de novos modelos apresentaram aos cerca de 300 convidados o DNA dessas mudanças. Ronaldo Almeida, da IBM Brazil, apregoou a importância e as vantagens do uso do cartão corporativo. “É a melhor forma de controlar gastos, evitar fraudes e eliminar burocracias”, disse. Juliana Costa, coordenadora de viagens corporativas do Carrefour, foi mais além. “Depois que adotamos esta medida reduzimos em 10% a equipe de faturamento, diminuímos o tempo de trabalho dos contabilistas e constatamos um freio de 30% nas fraudes”.

O anúncio sobre o fim do faturamento de diárias hoteleiras aconteceu em julho deste ano, mas a proposta só entra em vigor a partir de 1º janeiro de 2009. Com a nova medida as diárias dos hotéis brasileiros poderão ser pagas diretamente pelos clientes, cabendo aos hotéis repassarem a comissão às agências de viagens. Apesar dos esforços para se encaixar no modelo global de faturamento – já que o Brasil é um dos poucos países no mundo que ainda opera com o sistema obsoleto – os empreendimentos devem, em pouco tempo, se adaptar as novas medidas. “Será um processo natural, mas basta os maiores hotéis aderirem para que os demais tenham a mesma atitude”, acredita Francisco Leme da Silva, presidente do Favecc.

Para Nelson Spielmann, presidente da TCM, a medida vai evitar o atraso de processos e valorizar o agente de viagem.  “Eles vão ocupar o papel de consultor e não de agente financeiro”.

Enquanto a maioria dos membros do trade hoteleiro se mostra a favor do fim do faturamento de diárias, a Abav Nacional segue na contramão do fluxo. Nesta quarta-feira (10), o presidente da entidade, Carlos Alberto Ferreira, enviou nota à imprensa reforçando seu posicionamento.  “A medida é de interesse de algumas entidades e empresas do mercado corporativo, o que sobrepõe os interesses da grande maioria – os agentes de viagens de todo o país – que poderão ser prejudicados. Além disso, nem tudo que é bom para outros países é bom para o Brasil”.

Na carta Kaká afirma ainda que a Abav Nacional jamais foi consultada sobre a implementação da nova medida e que o fim das faturas vai macular, principalmente, as agências de viagens de pequeno e médio porte. Opinião não compartilhada pelo presidente da entidade em São Paulo. Edmar Bull acredita que os maiores beneficiários do processo serão justamente as pequenas e médias agências, “que poderão, a partir da nova medida, concorrer de igual para igual com as maiores empresas”.

Em entrevista a EVENTOS, Edmar Bull afirmou ainda desconhecer os motivos que levaram a Abav Nacional a se colocar contrária ao fim das faturas hoteleiras. “Ainda não conversei com Kaká sobre este assunto. Fiquei sabendo deste posicionamento através da imprensa”.