Para se ter uma ideia da grandiosidade da Expo, a audiência deste evento, tanto presencial quanto on-line, é comparável somente à Copa do Mundo de futebol e às Olimpíadas. Sua última edição, realizada em 2010 em Xangai, na China, reuniu cerca de 73 milhões de pessoas de mais de 230 países em uma área de 5,28 km2.
É um evento tradicional de integração de culturas, respeito à diversidade, compartilhamento de boas práticas e de muitas oportunidades e avanços marcantes para todos os povos. Um evento difusor de ideias e ideais.
Para citar alguns exemplos do impacto e do legado deste grande encontro mundial, se hoje Paris tem o cartão postal mais conhecido do mundo ou se você pode fazer uma simples ligação com alguém do outro lado do oceano, agradeça à Expo Universal. Tanto a Torre Eiffel como o telefone, o elevador e a iluminação pública foram criações apresentadas no evento, que teve a primeira edição em Londres, nos idos de 1851.
O evento que os italianos estão preparando pode não alcançar os números de Xangai, mas nem por isso é menos ambicioso.
De 1o de maio a 31 de outubro, a cidade ao norte da Itália estima receber 20 milhões de visitantes. Mais de 140 países vão apresentar suas inovações e ideias em uma área de 1 milhão de m2.
E assim como aconteceu no Brasil durante a realização da Copa do Mundo, o índice de rejeição por parte da população vem crescendo diariamente. Em tempos de grave crise econômica mundial, os argumentos vão desde o aumento da dívida pública em mais de 9 bilhões de euros, até a perda de centenas de hectares de terras para obras estruturais do evento.
Sempre percebi muito do sangue italiano em nosso jeitinho brasileiro, a maneira informal, alegre e expansiva de resolver as coisas, mas não espera tanta semelhança em infraestrutura.
O clima de excitação que senti ao ver a preparação do terreno e a montagem dos imensos pavilhões da Expo logo se transformou em preocupação. Mesmo sendo brasileiro e sabendo que as coisas por aqui se resolvem aos 45 minutos do segundo tempo, o stress de ver tanta obra a ser concluída em apenas dois meses é de tirar o sono de qualquer governante do planeta. Para entender este sentimento, basta lembrar da frágil campanha de São Paulo para ser sede da Expo 2020. Dubai foi a cidade escolhida para tranquilidade geral de todos nós.
“Alimentar o planeta, energia para a vida” é o tema da Expo Milão 2015.
Será a primeira vez que, além de inovações e tecnologia, uma Exposição Universal vai promover a discussão e a cooperação entre nações, organizações e empresas em torno de um assunto de interesse global.
Afinal, o grande desafio do evento é encontrar soluções concretas para garantir a todas as pessoas do mundo uma alimentação saudável, segura e de qualidade, sempre priorizando a sustentabilidade.
Para isso, será preciso encontrar a resposta para uma questão ao mesmo tempo irônica e contraditória: “Como evitar que milhões de pessoas continuem morrendo de fome em algumas regiões do planeta e, em outras, muitos percam a vida em virtude da obesidade devido a má alimentação?”
Acrescente os bilhões de toneladas de comida desperdiçada anualmente e vemos um problema bastante indigesto, mas que teremos a oportunidade de tentar resolver com a Expo Milão 2015.
Críticas e oposições à parte, o fato é que a Expo Milão 2015 tem muito a nos ensinar em termos de organização, infraestrutura e crescimento nos negócios.
Na área de turismo, por exemplo, como a feira vai acontecer durante a alta temporada, os organizadores teceram acordos com a rede hoteleira para que os preços não ultrapassassem os 40% dos praticados atualmente.
Além disso, dezenas de outros eventos serão realizados por todo o país aproveitando o fluxo de turistas.
E o Brasil também pode aproveitar a Expo para explorar o turismo de negócios. Somos o 3o maior mercado internacional de turistas em Milão, atrás somente da China e dos EUA. Para o período do evento, a estimativa é que 600 mil brasileiros desembarquem na cidade.
No agronegócio, o Brasil é reconhecidamente uma das grandes potências mundiais. O setor agrícola é responsável por 23% do PIB e 41% das exportações.
Ou seja, estamos totalmente alinhados ao tema da Expo Milão 2015. E isso é um excelente motivo e inspiração para nossas campanhas e viagens de incentivo.
Empresas ligadas à produção de alimentos e ao agronegócio devem usar seu expertise para propor novos processos e lançar produtos que vão de encontro às necessidades do evento e de nossos clientes.
Independente dos prós e contras, o certo é que temos nas mãos uma oportunidade ímpar de participar das transformações da Expo 2015 e de aquecer nossos negócios. Te vejo em Milão.
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