Aprendizado internacional
Feiras internacionais e o mercado brasileiro, algo em comum?
Há alguns anos, tive a oportunidade de gerenciar um projeto setorial na APEX – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Na época, fui responsável não só pelo desenvolvimento do projeto, mas também por sua implantação e, lógico, resultados alcançados.
Cada projeto, tinha em sua estrutura, 4 pontos básicos, a saber:
• Produtos
• Praças
• Ações
• Resultados
Resumindo: quais produtos, para quais praças, com quais ações e quais os resultados pretendidos.
Deste período, alguns aprendizados e lições foram alcançados. Vejamos:
• A participação em feiras foi, é, e será, a principal ferramenta de fomento do comércio mundial. Nas grandes feiras é comum termos não só estandes, mas pavilhões inteiros de países expositores;
• Inteligência comercial é tão ou mais importante quanto ações.
• Feiras são veículos de comunicação, relacionamento e negócios, mas fazem parte de um projeto de marketing mix. Não raro, vejo expositores falando que a feira “x” foi ruim... Será? Sim de fato, existem feiras que não alcançam os resultados prometidos, mas entendo que há ocasiões em que o expositor tratou a sua participação em uma feira de forma isolada ou até, se me permitem, errada.
• A marca do país é tão importante quanto qualquer outra marca. É um produto e deve ser tratada como tal.
• Um estande, antes de mais nada, é uma embalagem e sua principal função é a de vender o produto.
• Somos reféns de nossas famas... Boas e ruins... Um stand, por melhor que seja, não muda isto. Um projeto nacional sim, exemplo da “Marca Brasil”.
• Um produto ruim não se sustenta em uma marca boa a longo prazo;
• Mudar de marca, toda vez que muda o presidente ou o diretor de marketing é um enorme tiro no pé... Campanha é campanha e marca é marca!
• As embaixadas e os consulados brasileiros são fonte de relacionamento e de geração de negócios. Use-os.
• A participação em uma feira, seja aqui ou do outro lado do mundo, requer planejamento e, acima de tudo, objetividade;
• Entender os hábitos de consumo dos seus clientes pode ser a chave do sucesso. Visite, conheça pontos de venda. Consumidores de locais diferentes têm hábitos diferentes. Pense nisto!
• Confie em seus fornecedores e crie uma relação duradoura. Ficar trocando pode parecer econômico, mas é mais caro. Simples assim!
• Evento é experiência. Seja inesquecível ou, no mínimo, memorável.
A retomada da economia mundial será feita por feiras. Olhem a China, e vejam: a China é a atual Alemanha pós-guerra em sua estratégia (guardando todas as devidas diferenças temporais e de motivos) e tanto quanto, foca seus esforços de retomada nas feiras comerciais.
Piada recorrente na internet comenta de uma fábrica de sapatos que envia vendedor para um novo país. Este vendedor, ao chegar, manda a seguinte mensagem para o presidente da empresa: - Este mercado não vale a pena, eles não utilizam sapatos. Um segundo vendedor que chega no mesmo dia, ao ver a situação, manda outra mensagem: - Chefe, estamos ricos, aqui ninguém ainda usa sapatos.
Em momentos de crise, o empresário deve focar seus esforços em tentar diminuir custos, lógico. Mas se ficar só com esta missão, perecerá. Comunicação, relacionamento, visão estratégica, inovações e geração de negócios são armas encontradas nas Feiras, que são de longe, a principal ferramenta a ser utilizada. O fato é: as Feiras englobam todos estes fatores na melhor relação custo-benefício.
Antes que eu esqueça: depois de meses no virtual, a turma está louca para voltar ao real. Aproveite o momento e saia na frente de seus concorrentes!
Boa feira!
Comentários