Com crescimento nacional de 11,6% ao ano e responsável pelo faturamento de 2% do PIB Nacional, as panificadoras comemoram mais uma vitória nesse ano de 2013. “Estamos a caminho de receber benefícios na legislação fiscal que deverá refletir no preço final do pãozinho, alimento básico de todas as famílias e, talvez, conseguiremos noticiar essa novidade durante a próxima FIPAN – Feira Internacional de Panificação, Confeitaria e Varejo Independente de Alimentos –, que acontecerá entre os dias 22 e 25 de julho, no Expo Center Norte, das 13 às 21 horas (no último dia, a feira encerrará às 19 horas), em São Paulo”, diz Antero José Pereira, presidente do SAMPAPÃO – sigla que agrega os Sindicato e Associação dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo e o Instituto do Desenvolvimento da Panificação e Confeitaria de São Paulo –, entidade promotora do evento.
Movimentando R$ 70,29 bilhões anualmente, o setor de panificação conhecerá todos os lançamentos das grandes e pequenas empresas voltadas às panificadoras, durante a FIPAN 2013, considerada a quinta maior feira setorial do mundo. “A FIPAN vem crescendo bastante nos últimos anos e isso se deve ao aumento do setor, que possui aproximadamente 63 mil padarias em todo o país, sendo 12.800 só no estado de São Paulo e, em São Paulo e Grande São Paulo, seis mil. O que ainda falta é a mão de obra qualificada, apesar dos cursos que ministramos em São Paulo e na nossa Escola Móvel, que leva aos moradores dos bairros mais afastados da Grande São Paulo aulas técnicas de panificação e confeitaria. Mesmo assim, o setor é forte e gera, em São Paulo, 250 mil empregos diretos e 600 mil indiretos”, continua Antero.
No Brasil todo, o número é bem maior – 800 mil empregos diretos e 1.500.000, indiretos em todo o país. “É um mercado que atende no Brasil inteiro, 55 milhões de clientes por dia e produz o alimento mais barato que existe e que está na mesa de todas as classes sociais diariamente. Em São Paulo, vendemos 15 milhões de pãezinhos por dia!”, diz o presidente.
Faturamento de 56,3 bilhões
O consumo per capta difere no Brasil todo e a região sul e sudeste do país é a responsável pela compra maior de pães. “No estado de São Paulo e na capital do estado, chega a 45 kg/ano e, nos outros estados do Sul, 42 kg. Já no resto do Brasil, essa média gira em torno de 33,5 kg/ano”, explica Antero.
Com um faturamento de R$ 70 bilhões, as padarias são, em sua maioria, formadas por micro e pequenas empresas. Já o volume de vendas por departamento, segundo a ABIP, é dividido da seguinte maneira: R$ 5,06 bilhões para os produtos de mercearia; R$ 5,63 bilhões em bebidas; frios, R$ 3,38 bilhões; congelados, R$ 1,68 bilhões; laticínios, R$ 3,93 bilhões; cigarros, R$ 3,36 bilhões; bombonière, R$1,68 bilhões; sorvetes, R$ 1,13 bilhões; produtos de fabricação própria, R$ 27,60 bilhões e leite, R$ 2,85 bilhões.
“Nossa feira cresceu bastante nos últimos anos e isso é um reflexo desse mercado. Os investidores estrangeiros, apesar da alta do dólar, ampliaram a sua participação na FIPAN 2013 e, nessa edição, contaremos com mais de 30 países expondo seus produtos para o consumidor nacional. Entre eles, China, Alemanha, França, Espanha, Portugal, Estados Unidos, México, Argentina, Chile, Peru, Venezuela, Itália e Turquia”, continua o presidente.
Pães alternativos
Se a tendência do pão saudável tem crescido a cada ano, um novo nicho de mercado está se firmando para valer nas grandes capitais brasileiras. “Tem surgido várias boulangeries, que preferem a fermentação natural e produzem seus pães com produtos orgânicos. Nossas padarias, que são referência mundial, também apostam na tendência de pães saudáveis e, a grande maioria delas, junto com o pão francês, prepara o francês integral, bastante vendido a todos os clientes”, diz ele.
Para viabilizar esse mercado, as panificadoras empregam, em todo o país, 800 mil pessoas, divididos da seguinte maneira. “9,9% das panificadoras possuem até sete funcionários. 20,7% de 8 a 12; 32,4% de 13 a 16; 24,3% de 17 a 23; 9% de 24 a 34 e somente 3% possuem mais que 34 empregados. Mesmo assim, um dos grandes problemas da panificação é a falta de mão de obra qualificada e o salário, para um bom confeiteiro, chega a ser de R$ 2.500,00, desde que tenha cursos de especialização de boas escolas de panificação”, diz o presidente.
Os cursos das escolas de panificação abriram um novo leque de serviços dentro das padarias. Lançado pela Galeria dos Pães, no início do ano 2000, as megapadarias, atualmente, representam 10% do mercado paulistano. “As pequenas padarias tem se modificado e buscado oferecer mais serviços para oferecer aos clientes. Atualmente, além de café da manhã – com ou sem serviço de buffets diários –, a panificadora oferece almoço – executivo ou por quilo –, lanches durante à tarde, buffet de sopas à noite e pizzas. Coloca, ainda, à disposição do cliente, cardápios com salgados e doces para festas, sanduíches de metro, sushi de pão, tortas, tábuas de frios e de queijos, além de uma grande variedade de pães que podem – ou não – virem recheados. E faz serviços de entrega em locais próximos a sua localização, inclusive de bebidas, pratos e copos descartáveis para festas em família”, comenta Antero.
A FIPAN é um retrato desse setor. A maior feira da América Latina é realizada pelo SAMPAPÃO, tem o apoio da AIPESP, ABIP, SINDUSTRIGO, FIESP, FECOMERCIO, patrocínio da Souza Cruz e AMBEV, é organizada pela SEVEN e se realizará entre os dias 22 e 25 de julho, das 13 às 21 horas (no dia 25, encerra-se às 19 horas) e é um evento destinado exclusivamente a profissionais convidados, ligados à indústria de panificação, confeitaria e à cadeia do food service de um modo geral. Terá 300 expositores com 450 marcas, previsão de 62 mil visitantes e volume de negócios iniciados que deverá chegar à ordem de R$ 800 milhões. Já há 200 caravanas vindas de todo o Brasil agendadas para visitar a FIPAN 2013. E muitos participantes farão visitas técnicas às padarias paulistanas. “Nosso modelo de negócio é copiado no Brasil todo”, finaliza ele.
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