Gelo e limão?
Quase que diariamente ouço esta pergunta quando peço minha tradicional Coca Cola no almoço.
Menos habitual mas com uma certa frequência, ouço comentários de que as feiras estão sendo impactadas negativamente pela tecnologia atual como por exemplo as redes sociais ou o google analytics.
Há algum tempo, uma aluna defendia veementemente que a Second Life iria acabar com as feiras… Second o que?
A pergunta é: o que uma coisa tem haver com a outra?
Se permitem, é necessário que contemos uma breve história do gelo. Pois é, até o gelo tem história!
Então vejamos:
Antes da tecnologia de fabricação de gelos, o ser humano dependia basicamente do inverno para ter acesso ao gelo. Da mesopotâmia aos gregos. Do império romano aos EUA a tecnologia pouco mudou até o século XIX. Basicamente, utilizávamos o gelo para resfriamento no verão com o gelo produzido no inverno, gelo este, armazenado em instalações especiais.
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Já a indústria do gelo propriamente dita, esta começa no início Idade Moderna, com “frigoríficos”, poços em que congelavam água, isolada com palha, para ser comercializado.
Nos EUA, popularizou-se a profissão de geleiro, profissional que recolhia gelo e o transportava para as cidades para posterior comercialização. Onde existe um produto, existe um mercado e este; nos meados do século XIX passa a ser dominado pelos EUA com direito inclusive a exportação. Que tal 240 toneladas de gelo enviadas dos Estados Unidos para Havana, Cuba, por F. Tudor?
Já em 34 nasce o primeiro sistema de fabricação de gelo artificial e no meio século seguinte os aperfeiçoamentos nos processos de fabricação de gelo artificial foram se acumulando, surgindo desta forma, melhorias nos sistemas na fabricação de gelo.
A consequência é o impulso que faltava à indústria de produção mecânica de gelo. A demanda cresceu vertiginosamente e passaram a surgir com rapidez crescente as usinas de fabricação de gelo artificial por todas as partes.
Finalmente em 1918, surge o primeiro refrigerador automático, este, movido a eletricidade. Um longa linha do tempo. Do gelo dos lagos ao gelo das geladeiras residenciais. Das primeiras geladeiras residências a uma gama gigantesca de eletrodomésticos e eletroportáteis que gelam, refrigeram ou simplesmente fabricam gelo.
E as feiras?
Nosso pequeno texto, utiliza o gelo como produto análogo às feiras. Por que? Por que elas evoluíram e evoluem constantemente e se adequam de uma forma atemporal utilizando as tecnologias existentes.
Se a principal função do gelo é gelar, desculpem-me pelo trocadilho, as feiras desde a idade média continuam a ter como função principal a de serem ponto de encontro entre oferta e procura.
Feiras antes de mais nada, geram experiências e conteúdos!
Setores econômicos, targets e praças...
As feiras evoluíram.
No Brasil, da FENIT de 58, evento este B2B e B2C, à feiras atuais: segmentadas e especializadas.
Feiras que geram conteúdo e que acompanham a forma de comprar de cada geração.
Eventos que graças ao auxílio da tecnologia, conhecem cada vez mais seus clientes, sendo verdadeiros canais específicos de oferta e procura.
As tecnologias existentes não são concorrentes como algumas poucas (ainda bem) pessoas assim o pensam. São ferramentas agregadoras e facilitadoras, capazes de na mão de profissionais cada dia mais antenados de colaborar na oferta de experiências.
Se o avanço das tecnologias geram mudanças no comportamento, as feiras por outro lado, continuam a ser o ponto de contato com o público alvo. A tecnologia muito antes de ser um competidor, tornou-se uma ferramenta que contribui para que nossas feiras tenham cada vez mais relevância em nosso dia a dia.
Das feiras na idade média ao Salão do Automóvel que encerra-se no domingo próximo, às feiras passam por constantes evoluções, sejam estas em seu formatos, seja em suas apresentações..
Apenas, algo não muda, (nosso gelo). As feiras continuam sendo o grande ponto de encontro entre a oferta e a procura.
Não, não se fazem mais feiras como antigamente…
Se fazem melhores, cada vez melhores!
Vai um gelinho?
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