O PRIMEIRO BRIEFING DO MUNDO
Há muito tempo atrás fizeram uma concorrência para um tremendo briefing (Ninguém sabe quem o fez, alguns acham que o dono do briefing nunca existiu, inclusive. Mas isso é muito normal em algumas Instituições. Tem concorrência, tem briefing, mas ninguém sabe quem fez.)
Uma divina Agência, que tinha um Criador fantástico, único, resolveu participar, pois acreditavam muito na força do criador.
O briefing dizia o seguinte, resumindo:
“Objetivo: Criar uma coisa que nunca existiu, com começo meio e fim, onde o pessoal perceba o meio e o fim, mas o começo seja uma incógnita.”
Exigências fundamentais : Que tenha um tremendo layout, muita cor e brilho.
Local: Todos.
Horário: 24h
Atrações: Personagens mil (milhões, bilhões...), que sejam tudo, de tudo ou nada.
Budget: Hammmm!
Enfim, simples assim. Nunca querem definir o budget mesmo.
E não é que a Agência do tal Criador foi a única a aceitar. Respondeu: Tá legal!
E fez o Projeto...
No dia marcado, lá estava ele (o CRiADOR), sozinho, para a apresentação do projeto.
Levou sete dias pra concluir o trabalho, só descansou um. Ganhou a concorrência (Alíás, foi o único a apresentar).
Como já estava cansado de criar, deu a todos os personagens que criou, a quem chamou criaturas, um curso intensivo de criação, inspiração inclusive, e disse: Vão e criem por mim...
Então, as criaturas, como respeitavam muito o Mestre, o Criador, resolveram, ao invés de se autodenominarem Criadores, chamarem-se criativos.
E dividiram atribuições, tipo: vocês cuidam dos layouts e nós conceituamos.
Com o tempo, cansaram também dos briefings mal escritos, principalmente os complicados que só pediam coisas pequenas, davam trabalho, e disseram: “bellow” não queremos mais, só “above”.
Esqueceram que o “bellow” e o “above” faziam parte de um todo.
O tempo passou... a Comunicação da Criação e das Criaturas do Criador mudaram (são mutáveis, ele é que não é) e o “bellow”, humilde, devagar, foi ganhando espaço, cresceu, sem desmerecer o “above” e mudou de patamar
Os dois ficaram integrados, totais, full (nomes bonitos, não é?), mas os criativos, despreparados para tratar do “bellow” (pois as Escolas de Criativos, que eles mesmos criaram, só preparavam para o “above”, que tem muito mais charme, mas para experiências novas nem aí...) viram-se num vácuo, num Éter.
Aí, rezaram:
- É uma catástrofe, senhor. Um Temporal. É vento!?
- Evento, filhos, vida nos sentidos, através de experiência. Tem início, meio e fim. Tem luz, tem roteiro, cenografia, personagens.. - respondeu, solícito, o Criador.
- Mas só isso? - questionaram eles.
- Não! Tem ação, digital, o improvável, o surpreendente, um estande, um sampling, uma blitz, mobile, viral, flash mob... não tem fim..
- Mas... e os anúncios, os spots, os comerciais, os outdoors, os...?????
- Estão aí, fazem parte, são integrados ao todo, pois tudo é Comunicação Criativa, embora não existam seres maiores que os outros para fazê-las. Todos podem criar, desde que trabalhem, mesmo porque criatividade não é dom, é algo que todos têm, embora nem todos usem (ou ousem). Aprendam a lição e mãos à obra! – Conclui o Criador.
Assim, terminou mais um evento.
O início... Bem, esse eu não conto. Não posso contar.
O meio está em curso, você faz parte desse evento.
E o final? Bom ou ruim... Bem, o final eu deixo com vocês. Alô produção!
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