Produtos, equipamentos e serviços turísticos capazes de ofertar vivências autênticas e sensações inesquecíveis. representam grande diferencial competitivo no mercado. Essa é a tese do projeto “Economia da Experiência”, pioneiro no Brasil, que será lançado nesta quarta-feira (5) em Porto Seguro (BA).
O evento de lançamento, “Turismo Cultural na Costa do Descobrimento”, pretende apresentar os propósitos do projeto aos micro e pequenos empreendedores, além de esclarecer conceitos e identificar os empresários que têm intenção de participar. A reunião será realizada a partir das 18h, no Centro de Cultura de Porto Seguro (Rua 15 de novembro s/n, Pacatá).
O conceito de “economia da experiência”, tendência contemporânea na economia mundial, foi defendida por Joseph Pine e James Gilmore em The Experience Economy (1999), onde os autores anunciam novas necessidades e valores de mercado. Hoje, a idéia é seguida por aqueles que querem inovar nos processos de formação e comercialização de produtos.
Fascinar o viajante - O projeto do Ministério do Turismo trabalha a sustentabilidade dos processos de inovação na oferta turística segmentada visando, sobretudo, qualificar a experiência do turista no destino. Dentro deste propósito, o componente emocional tem valor central: experiências ancoradas pelos “desejos do coração” transformarão viagens em sonhos realizados, povoados por vivências inéditas, exclusivas e surpreendentes, de alto apelo emotivo e elevado valor agregado. “O afeto que se oferece a um cliente é um dos investimentos mais rentáveis de um negócio. Economia da experiência dirige-se a um novo perfil de turista, que não visa apenas à contemplação de um destino, mas principalmente à participação neste destino, ou seja, é alguém que quer fazer parte de algo por algum momento e nele poder realizar um desejo”, explica Tânia Brizolla, diretora do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico (DEAOT).
Executada pelo Instituto Marca Brasil (IMB) e pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a iniciativa prevê ações voltadas ao fortalecimento e consolidação dos arranjos produtivos dos pequenos negócios, promovendo o estímulo à inovação e à identificação de características que incrementam o valor do produto/serviço. Com o modelo descentralizado de condução de políticas públicas, o Ministério cumpre papel relevante na geração de empregos e divisas e na consolidação de redes de cooperação turística regionais.
Projeto piloto - A Serra Gaúcha serviu de referência para consolidar a metodologia de implantação do projeto Economia da Experiência e aplicá-la a quatro novos destinos turísticos brasileiros: Porto Seguro e Costa do Descobrimento (BA), Petrópolis (RJ), Bonito (MS) e Belém (PA).
Considerado destino com alta capacidade de inovação e gestão de experiências, a Rota de Uvas e Vinhos, na região serrana do Rio Grande do Sul (RS), recebeu o projeto-piloto do Economia da Experiência no Brasil. Municípios como Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Garibaldi, Veranópolis, Nova Prata, Cotiporã, Protásio Alves e Vila Flores trabalharam e incrementaram seus atrativos inspirados no conceito-base do projeto. Foram 60 empreendimentos participantes e cerca de 380 empregos gerados.
O resultado foi uma nova dinâmica de desenvolvimento do turismo em toda a região, provando a eficiência da ação cooperada e articulada. Houve aumento de novidades nos empreendimentos, expansão de parcerias estabelecidas, ampliação do grau de satisfação do turista e aperfeiçoamento da produção associada ao turismo com foco no conceito de Economia da Experiência, reforçando a competitividade.
A rede gerada pelo projeto envolve poder público (órgãos Oficiais de Turismo e Conselhos de Turismo), iniciativa privada (micro e pequenas empresas dos destinos turísticos selecionados), terceiro setor (cooperativas e associações; entidades de classe e lideranças locais) e comunidade (grupos de Produção Associada; instituições de ensino; empresários e potenciais empreendedores do setor).
Seleção - Alguns critérios selecionaram os municípios contemplados pelo projeto, entre eles: ser um destino turístico consolidado, uma região de alta cooperação e densidade cultural e um dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico. O “Economia da Experiência” trabalha alinhado à meta do Plano Nacional de Turismo, de estruturar 65 destinos com padrão de qualidade internacional. Os recursos envolvidos na operacionalização do projeto totalizam R$ 2 milhões. (VB)
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