Gerente de Sustentabilidade e Legado, Tânia Braga palestrou sobre o conceito de Jogos acessíveis e sobre o legado tangível e intangível para o Brasil
O calendário de grandes eventos na cidade do Rio de Janeiro, que culminará com os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, experimenta um de seus momentos mais especiais neste mês de junho. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, ou Rio+20, cujo nome faz referência à histórica Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento de 1992, ou ECO 92, reúne novamente mais de cem chefes de Estado e milhares de representantes governamentais e da sociedade civil de todo o mundo na Cidade Maravilhosa. O objetivo dos seminários, painéis, mesas de discussão e reuniões de cúpula é um só: refletir sobre o presente e o futuro de um planeta que se transforma em ritmo acelerado e sobre o papel dos seres humanos nesta transformação.
Como ator relevante da construção deste futuro, Rio 2016 apoia o debate e apresenta suas propostas. A gerente de sustentabilidade e legado, Tânia Braga, representou o Comitê Organizador dos primeiros Jogos Olímpicos e Paralímpicos da América do Sul no seminário “Acessibilidade em grandes eventos”, neste sábado, em um dos pavilhões montados no Parque dos Atletas. O local é simbólico, pois servirá como instalação dos Jogos daqui a quatro anos.
“Acessibilidade não é só para pessoas com deficiência. Acessibilidade é para todos. O conceito de Jogos acessíveis envolve a celebração da diversidade, a cultura da inclusão, o respeito e a igualdade de oportunidade para todos. Neste sentido, trabalhamos, sim, com a valorização da pessoa com deficiência e com o crescimento do Movimento Paralímpico, mas não só. Todos precisamos de acessibilidade de alguma forma”, disse Tânia, para uma plateia de representantes da sociedade civil – em especial, de movimentos sociais - e dos governos municipal, estadual e federal, muitos deles pessoas com diferentes tipos de deficiências.
A gerente lembrou ainda que o conceito de acessibilidade é mais abrangente que a acessibilidade física, em rampas, banheiros adaptados e outras instalações. Ela envolve a acessibilidade à informação, em suas mais diversas formas, e à participação de todos, valores expressos nos compromissos firmados por Rio 2016 desde a candidatura da cidade do Rio de Janeiro à sede olímpica e paralímpica.
Legados do Rio 2016 em acessibilidade - Na apresentação, Tânia Braga enumerou alguns dos legados planejados por Rio 2016: melhoria da infraestrutura de acessibilidade urbana; infraestrutura de acessibilidade nas instalações olímpicas e paralímpicas; desenvolvimento de estruturas esportivas para pessoas com deficiência; indicadores do estudo OGI Rio 2016 relativos à acessibilidade permitindo medição, monitoramento e análise; e, em especial, a mudança de percepção em relação às capacidades das pessoas com deficiência, assim como do aumento da autoestima e das oportunidades para essas pessoas.
“A aplicação das diretrizes de acessibilidade do Comitê Paralímpico Internacional, em consonância com a adoção do que é estabelecido pela legislação brasileira sobre acessibilidade, nos permitirá entregar a estrutura dos Jogos de forma totalmente acessível para todos. É o nosso compromisso tanto para os Jogos Olímpicos quanto para os Jogos Paralímpicos”, afirmou a gerente.
Presente ao seminário, o diretor da divisão de conferências e publicações da Organização das Nações Unidas (ONU), Magnus Olafsson, afirmou que a Rio+20 é um exemplo para os próximos eventos mundiais em termos de acessibilidade. Segundo Olafsson, já é possível falar de um “modelo brasileiro”, que será utilizado nos próximos encontros da ONU e pode servir para os próximos grandes eventos que a cidade do Rio de Janeiro e o Brasil vão receber nos próximos anos.
“A Rio+20 é muito importante pela experiência para os próximos desafios. Vem sendo um teste de metodologia com excelentes resultados. Aqui, não falamos só do acesso físico, mas do acesso a documentos, a encontros. No passado, muitas pessoas deixaram de participar por conta disso. Esta é a primeira convenção totalmente acessível. Temos audiodescrição, legenda em tempo real, linguagem de sinais, Braille, sinalização, um website acessível, arquitetura e transporte pensados neste sentido, voluntários capacitados e vai além. Acessibilidade é uma questão de direitos humanos. Rio+20 é um exemplo do Brasil para o mundo”, avaliou o diretor.
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