O primeiro painel do dia, O Impacto da Economia Colaborativa na Hotelaria e a Regulamentação do Setor, foi moderado pelo presidente da ABIH-Nacional, Dilson Jatahy Fonseca, e contou com a participação do Depurado Federal Herculano Passos, presidente da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados; do Deputado Federal Otávio Leite; de Paulo Michel, vice-presidente da ABIH-RJ; de Edmar Augusto Bull, presidente da ABAV-Nacional; de Rubens Schwartzmann, presidente da ABRACORP; de Luigi Rotunno, presidente da Associação Brasileira de Resorts, e de Manuel Gama, presidente do FOHB.
A Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo debate alguns pleitos como a extinção da cobrança dos direitos autorais aos hotéis, fim da exigibilidade de visto para turistas estrangeiros, legalização dos hotéis cassino no Brasil e fretamento turístico.
Abrindo o painel, o deputado Herculano Passos fez uma breve exposição das vitórias que a frente conquistou nos últimos meses: aprovação da Lei do Turismo Rural; ampliação do número de estâncias turísticas no estado de São Paulo e Lei do Fretamento. “Para vencermos este período de crise, temos que ser criativos e inovadores”, afirmou.
Michel também tratou da plataforma Air Bnb, “O Air Bnb pegou um mercado desorganizado, e através de sua plataforma o organizou”, disse. “A expectativa será alcançar 60 mil leitos de hotéis até 2017. Mas o Comitê Organizador, nas vésperas da Olimpíada, anunciou que por conta de um novo patrocinador, alguns leitos deveriam ser devolvidos, pois o novo patrocinador iria oferecer através de uma plataforma tecnológica 20 mil quartos. A hotelaria precisa se organizar”.
Na opinião de Edmar Bull, presidente da ABAV Nacional, sites como o Air Bnb poderão conviver com a hotelaria, desde que sejam regulamentados e tributados da mesma maneira que a hotelaria.
Rubens Schwartzmann frisou que a Economia Colaborativa já é uma realidade, e os hoteleiros terão que conviver com o Air Bnb. “Acredito que há espaço para todo mundo. Existem níveis de hóspedes totalmente diferentes”, afirmou.
O presidente da ABIH Nacional não poupou críticas a forma como o Air Bnb esta atuando no Brasil. “Ele foi criado em um grupo de jovens que não conseguiam pagar o aluguel e que alugaram um de seus apartamentos através do site. Hoje, metade dos hoteleiros do Brasil é que não conseguem pagar o aluguel. Tecnologia é uma coisa, pagar imposto é outra. É necessário que tenha uma lei federal que tribute esse tipo de serviço”, afirmou Dilson Jatahy.
O presidente da Associação Brasileira de Resorts, Luigi Rottunno, defendeu que é necessário que a hotelaria inove ao invés de bater de frente com os modelos de economia colaborativa. “A inovação é a única forma da hotelaria combater a concorrência desleal”, disse.
Manuel Gama, presidente do FOHB, lembrou do peso dos impostos pagos pelos hotéis brasileiros para a economia brasileira. “Fomos surpreendidos com o anúncio do Air Bnb como meio de hospedagem oficial dos Jogos Olímpicos. É um absurdo”, desabafou. “Hotéis foram construídos, investimentos foram feitos, e como prêmio recebemos este anúncio. A Lei Geral do Turismo determina que todos que vendem diárias devem contribuir e ser cadastrados via Cadastur. Por que então, o Airbnb não deve ser?”.
Gama salientou que, enquanto a hotelaria precisa ter alvará de funcionamento, laudo de vistoria do Corpo de Bombeiros, entre outros, plataformas como o Air Bnb não precisa de nada disso. “Os hóspedes do Air Bnb correm riscos, pois suas unidades não são regulamentadas. Temos que tomar uma posição séria quanto a isso”, provocou.
Olimpíada x Hotelaria – Outro painel bastante concorrido do segundo dia do Conotel 2016 foi ministrado pelo ex- Secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério dos Esportes, Rogério Hamam, que fez um alerta.
Dados da Rio Negócios preveem que a hotelaria carioca chegará a 70 novos hotéis e 51,1 mil unidades hoteleiras, no total, até o final deste ano, graças ao investimento de R$ 4 bilhões no setor. Isso não significa que a ocupação estará alta, ou mesmo estável, no fim dos Jogos Olímpicos.“Pode, sim, haver queda na ocupação quando os Jogos acabarem. Em Barcelona aconteceu isso e eles demoraram um bom tempo para equilibrar oferta e demanda, mas no fim deu certo”, argumentou.
Como solução para impulsionar o setor nesse período, o secretario indicou a criação de pacotes criativos e investimentos na promoção dos empreendimentos hoteleiros. “Os Jogos não são motivos para euforia ou lamentações. Eles são oportunidade para divulgar o País de forma positiva. Os frutos virão no futuro”, concluiu.
O 58º Congresso Nacional de Hotéis – Conotel 2016 termina nesta sexta-feira (20). Um dos destaques do último dia do Conotel 2016 será a palestra do ex-Ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega.
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