Depois de mais de duas décadas vivenciando e contribuindo com a área de eventos, é comum ouvir os seguintes comentários:
“ Ai, como eu te invejo: Come tudo do bom e do melhor e está sempre ao redor de pessoas bacanas...”
“ Ter festas sempre para ir é demais... essa é a vida que pedi a Deus!”
“ Me arruma um convitinho... é um só!”
Essas são apenas algumas das tantas que coleciono...
Confesso que inicialmente eu até achava graça de tanta ingenuidade, tanta ilusão, mas no atual momento tenho ficado impressionada com a insensatez do mercado em abrir portas para tantos amadores que estão maculando a imagem dos verdadeiros OPCs, que de forma abnegada constroem e mantém o alto nível de seu trabalho, dinamizando relacionamentos, realizando sonhos e desenvolvendo com vigor a economia do país.
Quem está de fora muitas vezes só analisa superficialmente toda a inspiração e transpiração que envolve a atividade de eventos e muitas vezes ficam deslumbrados e são atraídos pela percepção errônea de envolver-se em um ambiente de glamour, com ganhos espetaculares e deslumbramento social focam-se em querer entrar no mercado, não pela porta da frente... mas com subterfúgios de indicações parental ou de amizade ou ainda política.
Claro que indicações são válidas e eu mesma sou à favor, mas somente se as mesmas tiverem solidez e configure-se como algo profissional, de valor agregado e não de valor monetário a ser dividido entre partes não tão interessadas assim.
Tamanha insensatez e permissividade do mercado resulta em eventos sem sentido, sem estratégia, sem criatividade, sem planejamento, sem foco, pouco atrativo, tudo isso com uma movimentação financeira elevada, que não será considerada um investimento, mas sim um custo, já que todo investimento gera um retorno positivo e nesse caso, o fracasso só ira demandar ainda mais aporte para minimizar os impactos negativos.
Quero eventos mais exitosos, mais felizes, mais seguros, mais organizados, mais consistentes, mais honestos... liderados por pessoas que tenham expertise, controle emocional e sobretudo ética!
Quero um mercado competitivo com profissionais qualificados, seguros e antenados que não sobreponham seus objetivos ao de seus clientes e público alvo. Não quero mais participar de concorrências com amadores, que só maculam nossa legitimidade, quero trilhar caminhos de maior harmonia, saúde e sagacidade.
Está mais que na hora de nos unirmos e blindarmos nosso espaço, não é mais possível deixar que o próprio mercado futuramente os renegue... pode ser muito tarde para nossa própria reputação, pois a generalização pode destruir a credibilidade daqueles que realmente são os profissionais da atividade de eventos.
Será que é pedir muito? Querer muito?
Pode até ser...Mas eu quero isso!
E você?
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