Mal planejados, mal dimensionados e mal aproveitados megaeventos, ao invés de investimento, se transformam em meros custos. E custos muito altos.
Para realização de uma Copa do Mundo são muitos os detalhes que precisam ser planejados, minuciosamente, a tempo e hora.
Mas, o mais importante, é entender que megaeventos não devem ser um fim em si mesmo. Uma Copa do Mundo não se esgota nos campos de futebol, no turismo que gera, nos estádios, aeroportos, hotéis e outras melhorias que sua realização propicia.
No entanto, como muito bem lembrou J. Cocco em artigo publicado no Portal Eventos, o mais importante é a imagem internacional construída pelo país ou cidade a partir de um megaevento – Copa do Mundo, Olimpíadas ou Expo Mundial. Esta deveria ter sido a primeira preocupação dos dirigentes brasileiros. Essa decisão deveria ter determinado o desenho do evento.
A Alemanha, por exemplo, usou a Copa para mostrar ao mundo que o povo alemão não é um povo mal humorado e mau anfitrião. Seu objetivo era mostrar que, ao fazer turismo na Alemanha, o turista encontraria tecnologia, belezas naturais, bons hotéis, boa cerveja, bons vinhos, bons restaurantes e… um povo alegre, cordial, simpático e acolhedor. Já a China, durante os Jogos Olímpicos de Pequim, aproveitou o momento de extrema visibilidade para propor: um só mundo, um só sonho, e muita tecnologia. Barcelona mostrou ao mundo a Espanha do pós-franquismo. Na África do Sul, por sua vez, a necessidade de transpor seus problemas sociais e raciais deu o tom: um lugar para todos.
Nos últimos anos, desde a conquista da Copa do Mundo e das Olimpíadas, muito se tem falado de aeroporto, estádio, acessibilidade, sustentabilidade, portos, metrô, e também capacitação dos profissionais etc., mas, salvo engano, nenhuma linha sobre os objetivos maiores foi publicada.
Um evento para ter sucesso precisa ter ALMA! Não estamos falando de turismo, de esporte, de obras. Estamos falando da necessidade do Brasil construir algo maior, um caldo de cultura que una toda população em torno de um objetivo maior.
Então fica a pergunta: o que o Brasil quer mostrar para o mundo? Que Brasil teremos para mostrar ao mundo?
A responsabilidade de construir as respostas não é do governo, é de todos nós! O verdadeiro sucesso dos megaeventos somente acontecerá com a participação efetiva do empresariado e a conscientização de toda população.
Temos duas opções: continuarmos omissos ou organizarmos a construção dessa nova realidade.
A escolha é de todos! É nossa!
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