Um país sem Bossa em suas Roupas Olímpicas

Nações são marcas, e eventos como esse são oportunidades esplêndidas para demonstrar suas características, criatividade e singularidades.
A cartela de cores das camisetas faz alusão à bandeira do Brasil

Os jogos olímpicos de Paris 2024 estão se aproximando e a polêmica com as vestimentas da delegação brasileira só aumenta.

Os uniformes das delegações nas Olimpíadas, geralmente se destacam pela autenticidade, riqueza cultural e estilo, refletindo a história e as peculiaridades de cada país, tornando ainda mais emblemáticas as disputas esportivas. Na cerimônia de abertura, então, a hora é de chegar chegando, e explicitar, sem nada falar, a marca que os atletas irão defender.

No caso do Brasil, realmente já foi obtida grande repercussão, porém, negativa... os comentários são péssimos... até hoje, eu não consegui ler nenhum apoio ao figurino idealizado.

O fato em si, é que a simplicidade brejeira não agradou a maioria dos brasileiros, que tem demonstrado via redes sociais, sua insatisfação com os figurinos, comparando com os trajes de outras nações e é claro, com muitos memes, afinal, numa cerimônia de abertura desse tradicional megaevento, usar uma vestimenta tão "básica" é algo surreal, que só podemos lamentar.

O projeto assinado pela fast fashion Riachuelo, até que tentou emplacar uma estética valorizada pelo trabalho de bordadeiras de Timbaúba dos Batistas, no Rio Grande do Norte, nas araras, tucanos e onças pintadas na jaqueta jeans de uma das peças, mas, não rolou. Nossa roupa está apática, sem graça, sem personalidade, enfim, não representa o DNA brasileiro.

A questão da sustentabilidade não foi esquecida, já que segundo a Riachuelo, os uniformes contaram com processos sustentáveis desde a produção do fio até a cadeia logística garantindo a pauta ESG.

Porém, o resultado é de uma cafonice, que há muito não víamos. A empresa não pesquisou, não estudou o que é um projeto olímpico. Parece que fez as peças para suas araras promocionais em período de liquidação.

Nações são marcas, e eventos como esse são oportunidades esplêndidas para demonstrar suas características, criatividade e singularidades.

Em uma avaliação inicial, já podemos dizer que ficaríamos fora do podium da beleza da indústria criativa, relacionado a moda, o design... provavelmente ficaríamos no podium de algo sem borogodó, sem bossa, sem entusiasmo, sem, enfim, Brasil.

E a Riachuelo, não aguentando a crise que gerou, antes respondia às interações marcadas nas redes sociais, agora, a empresa tem ordem imposta na turma das mídias sociais de ignorar todos os comentários, visto que a quantidade de críticas é imensa.

Mais uma demonstração que a organização precisa aprender muito, sobre branding, imagem, reputação, gerenciamento de crises, assumindo suas péssimas ideias.

E a nós, cabe babar com a passagem das delegações de outros países, que realmente entenderam a oportunidade dessa vitrine no cerimonial de abertura.

Vamos torcer para que a embarcação brasileira passe em velocidade máxima permitida, para que nossa vergonha não seja tão extensa.

Vai Brasil!