Web Summit 2018 reuniu 69.304 pessoas de 159 países

O maior evento de tecnologia, empreendedorismo e inovação da Europa teve mais de 1.200 palestrantes.

A Web Summit é uma conferência realizada anualmente desde 2009. A empresa foi fundada por Paddy Cosgrave, David Kelly e Daire Hickey. O tema da conferência é centrado na tecnologia da internet e os participantes vão desde empresas da Fortune 500 até pequenas empresas de tecnologia.

Considerado o maior evento de tecnologia, empreendedorismo e inovação da Europa, a Web Summit 2018 reuniu 69.304 pessoas de 159 países em Lisboa. Os participantes percorreram cerca de 935.604 km ao longo da semana e beberam cerca de 363.846 cafés.

Com mais de 1.200 palestrantes os participantes adicionaram às suas agendas, 554 palestras, 180.000 mensagens foram enviadas e mais de 813.500 exibições de perfil no app do evento.

Entre os oradores destacaram-se o inventor da Web, Tim Berners Lee; o fundador do Blogger, Twitter e Medium, Ev Williams; o Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres; e a Comissária Europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager.

Ev Williams

Mais de 1800 das startups mais promissoras de todo o mundo estiveram expostas nas áreas ALPHA, BETA e GROWTH.

O Web Summit representa agora o maior acumulado de financiamento de capital de risco num só lugar ao mesmo tempo no mundo. Ray Dalio, Co-Chief Investment Officer da Bridgewater Associates, Alexis Ohanian e Garry Tan, co-fundadores da Initialized Capital, Mamoon Hamid, sócio da Kleiner Perkins, e Trae Vassallo, cofundador da Defy Ventures, estão entre os mais de 1.500 investidores que percorreram os caminhos da Web Summit 2018.

Este ano foram recebidos mais de 2.600 jornalistas da Bloomberg, CNN, CNBC, Wall Street Journal, The Guardian, Financial Times, Politico, Inc., Forbes, Mashable, Vogue, Venture Beat, Fast Company, Business Insider e muitos outros.

João Ramos

Para João Ramos, co-founder da Black Sheep Project, “o Web Summit é um cardápio de opções para ver, ouvir, sentir e viver a inovação em suas milhares de vertentes (startups, talks, tecnologia, skills etc.). O Web Summit é um mosaico personalizável. Da palestra que você escolhe, para o lado que você opta em olhar. Sempre será impactado por algo que outras milhares de pessoas não viram. E o que impressiona é como a cidade abraça o evento. Do motorista do Uber ao dono do restaurante: todo mundo sabe que o evento está acontecendo”.

João ressalta que, no primeiro talk do dia, Mada Seghete, co-founder at Branch Metrics, falou uma coisa que desconstrói por completo a forma mágica de pensar startups e crescimentos estratosféricos como em um passo de mágica: “Consistência é a chave. O crescimento de qualquer empresa deve estar conectado a um preceito básico: don’t give up”. Ou seja, quando se trata de inovar vamos falhar 50% das vezes. “O segredo está em deixar que as inovações cresçam, como uma planta que precisa ser regada diariamente e com muita paciência", conclui João.

Quem quiser ser inovador deve dedicar de 20 a 30% de seu budget à experimentação foi outra boa dica ouvida na Altice Arena.

Um dos pontos altos do segundo dia foi a palestra do Tony Blair, 1º ministro do Reino Unido por anos. Ele ressaltou como se tornou mais complexo governar em mundo tecnológico: “Antes os líderes governavam, agora as pessoas governam com seus líderes”.

Tony Blair
Ganesh Bell, presidente da Uptake, companhia especializada em AI e IOT, disse que “estamos passando da era do processamento de dados para a era das decisões”. Através da internet of things e da Intelligence Artificial, muito em breve vamos começar a visualizar um oceano de informações que nos facilitarão a tomada de decisão de uma forma nunca antes vista. Para ele, “resolver problemas não vai ser conveniência, vai ser consequência de um aperfeiçoamento exponencial dos dashboards e tecnologias com habilidades de gerar significado”.

Wayner Bechelli
As impressões de Wayner Bechelli, co-fundador do Black Sheep Project, se parecem muito com as do sócio João: “O Web Summit tem uma atmosfera que une a veia empreendedora, com a conexão explicita de negócios acontecendo em todas as partes, junto com essa gama de conteúdos que são compartilhados entre diversos palcos temáticos”.

Wayner diz que um dos temas da vez foram as smart cities, tendo em vista a qualidade de serviços e o bem-estar das pessoas, o que confirma que a Inteligência Artificial pode, SIM, ser benéfica para a evolução da humanidade como um todo. “Na aplicação em smart cities, ela vem para nos dar mais tempo, evitando colapsos entre heavy traffics, ou seja, aumentando o aproveitamento do que a pessoa fará nesse período em que carros não precisarão de motoristas e o ex-motorista não precisará mais colocar em risco sua família enquanto responde seu whatsapp no volante”, afirma Wayner a respeito do que ouviu nas muitas palestras de que participou.

Segundo ele, “o mais bacana é que a tecnologia e a inteligência artificial não foram foco apenas de evolução da espécie e, em todos os painéis, se falou muito sobre o quanto precisamos usar isso ao nosso favor para pensarmos no futuro do Planeta, agora”. Lucas Joppa, da Microsoft, foi um dos abordou o tema: "Não temos Planeta B, nosso principal objetivo é diminuir o consumo de energia no mundo, com a ajuda da inteligência artificial e equipamentos tecnológicos, evitando o desperdício desenfreado”.

Lucas Joppa
Portugal renovou com o Web Summit por mais 10 anos, investindo 11 milhões de euros por edição para apoiar a realização do projeto. Ao saber disso, Wayner ressaltou que Lisboa recebeu 70 mil pessoas no Web Summit, a grande maioria de fora, impactando em mais de 300 milhões de euros na economia. “Ou seja, ficou barato os 10 milhões investidos pela Prefeitura, né? Esse é o ponto. A cidade vive inovação, respira economia, se alimenta de diversidade de assuntos, culturas e pessoas. No final, sonha com o futuro que com certeza será melhor”.

Para Thelma Wiegert, da Comunicação Social da Petrobras, no primeiro dia o que lhe saltou aos olhos foi o discurso uniforme de todo mundo: “Não se fala em lucro, não se fala em ROI, não se fala em ações. Se fala em Fazer Um Mundo Melhor e usar nosso privilégio com responsabilidade”.

Thelma Wiegert
Thelma listou quatro pontos que merecem destaque entre tudo o que ouviu por lá: 1) DIVERSIDADE! Sem representatividade de diferentes visões, o mundo não anda, não inova, não evolui. Vale para tech, entretenimento, comunicação, tudo! Empresas, governos e quaisquer instituições; estimulem a diversidade de gênero, de opiniões, de culturas, de filosofias, de tudo! E empatia sempre, por favor. 2) A visão uniforme de tantas empresas (de tecnologia ou não) sobre o quanto é fundamental a conexão emocional com as pessoas. E o quanto o PROPÓSITO é o elemento dessa conexão. Parece mais do mesmo, mas continua atual. O cuidado é ter AUTENTICIDADE, sempre! Não dá para sair adotando um framework porque é a bola da vez. Ninguém cai nessa. As pessoas estão vigilantes e cobrando. Marcas, atenção! Deem seus passos, abracem suas causas, sejam autênticas. E aí, é só felicidade;) 3) Tecnologia sem gente não faz nada sozinha. Precisamos usar a tecnologia para entender as pessoas. 4) Como sociedade, nosso dever é aprender sem parar. É assim que a gente vai constituir crescendo.

“O que todo mundo está falando é em descobrir como deixar a vida das pessoas melhor e MAIS INCLUSIVA. Todos têm voz, todos temos que tomar posição, todos merecemos ser ouvidos - e precisamos ser ouvidos. E isso só depende de nós. O futuro ainda está nas nossas mãos. Usemos nossa capacidade de aprender com o passado e nosso poder de escuta e criatividade com sabedoria e efetividade”, finaliza Thelma.

Fonte: assessoria