Nós, que trabalhamos nesse mercado, dedicamos grande parte do nosso dia para idealizar estratégias de marketing e concretizar novas reuniões com clientes. Ações que tem como objetivo o convencimento do nosso público sobre a importância de se estar em eventos.
Os motivos são tão óbvios para nós que nem dedicamos muito tempo pensando sobre. Está ali, na ponta da língua. Possuímos dados explicativos, lemos matérias e artigos que são essenciais para dar profundidade ao assunto e elencamos as razões com muita facilidade:
• É um espaço de convivência,
• Vai expandir o reconhecimento da sua marca,
• É uma ótima maneira de lançar novos produtos/serviços,
• Aproxima seus clientes e prospectos da sua equipe,
• entre tantas outras.
Ou seja, não temos qualquer dúvida sobre o impacto positivo que a presença em eventos pode trazer para o planejamento de uma empresa. Mas e você? Em quantos eventos você compareceu no último ano? Em quantos deles você expôs a sua empresa?
Casa de ferreiro, espeto de pau?
Deveríamos ser figurinha carimbada. Não só naqueles que condizem ao nosso setor, mas em palestras e congressos que nos interessem individualmente. Uma pergunta que me intriga muito é: se sabemos do valor que um evento tem, porque não estamos lá?
A relação humana demanda proximidade. A troca de conhecimento que um seminário pode agregar é gigantesca. Nenhuma dessas informações é nova, mesmo assim conheço colegas de profissão que não participam nem de dois eventos ao ano. Isso é um erro, a nossa marca pessoal vale muito e o networking proporcionado por um espaço de eventos dificilmente pode ser substituído.
As oportunidades são infinitas. Desde um seminário sobre administração e marketing, até o congresso promovido pela Associação Brasileira de Promotores de Eventos (ABRAPE).
O que não pode acontecer é continuarmos trabalhando para que as empresas fora do mercado de eventos exponham suas marcas, enquanto as nossas ficam guardadas em nossos escritórios e galpões.
É preciso conhecer e investir em nossa casa
Não há como negar: temos como obrigação acreditar no mercado que trabalhamos. De nada adianta dedicar tanto empenho em promover o setor, se nós mesmo não estamos lá. É como fornecer produtos médicos e não acreditar na medicina. E isso acontece, infelizmente, com muita frequência.
A LACTE17 aconteceu no começo do mês de março, em São Paulo. De acordo com os organizadores foram 699 pessoas inscritas para o evento presencial e mais 400 para o on-line. Na edição anterior os números superaram 2.600 pessoas. Isso porque estamos falando de um evento importante para o mundo da hotelaria, viagens e eventos corporativos.
O Fórum Eventos 2020 apresentou 48 horas de conteúdo, já a edição desse ano, que acontece no mês de maio, foi encurtada para 20 horas. A qualidade, sem dúvida, continuará subindo, e o ideal era que os números também. Será que essa redução foi estratégica ou foi porque não estamos dando o verdadeiro valor aos eventos sobre o nosso próprio mercado?
Qualquer uma das respostas não tira a nossa responsabilidade de estarmos presentes. A empresa que aluga móveis para feiras tem que participar de eventos, o administrador, o promotor, a montadora, todos. Oportunidades não faltam, eventos interessantes que podem trazer novas visões para sua empresa ou para sua vida profissional estão ao nosso dispor. Basta estar, basta participar. Você vai investir em quantos eventos esse ano?
Pedro Luis Torrano é sócio-diretor da Triart – pedro@triart.com.br e publica toda terceira semana do mês
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