Hoje, a sigla ESG é uma das mais desejadas pelo mundo corporativo. O termo teve interesse de busca triplicado no Brasil pois se tornou um símbolo de alta performance e de futuro para as empresas, pessoas e planeta. A sigla em inglês significa Environmental, Social and Governance – corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização.
O termo foi cunhado em 2004 pela Organização das Nações Unidas (ONU), mas após anos de isolamento social por causa da pandemia do coronavírus, o ESG ganhou conotação mais real. Novos tempos, novas perspectivas: o momento trouxe a revisão de prioridades e a definição daquilo que é essencial para cada pessoa.
Novos métodos implantados durante a pandemia nas corporações transformaram a vida dos colaboradores e, com certeza, serão critérios essenciais na busca por novos empregos daqui para frente. O sistema home office, por exemplo, veio para ficar. Agora tanto empresas como colaboradores não pretendem mais abrir mão de suas vantagens. Mais qualidade de vida para funcionários, diminuição de custos para as empresas e aumento de produtividade para ambos são alguns dos bônus trazidos pelo distanciamento social.
Um estudo da Universidade de Stanford, realizado pelo professor de economia Nicholas Bloom, defende que trabalhar em casa deveria ser o modelo padrão. A conclusão foi alcançada depois de um teste controlado com funcionários da agência de viagens chinesa Ctrip. Os resultados indicaram que os profissionais que trabalhavam em casa aumentaram a produtividade em 13%. Mais satisfeitos, eles faziam menos pausas e ficavam menos doentes.
Um estudo conduzido pela TINYPulse, uma empresa de engajamento de funcionários, analisou se o trabalho remoto realmente beneficiava as empresas. Uma das conclusões foi que 91% das pessoas que trabalham remotamente são mais produtivas enquanto desempenham suas tarefas fora do escritório.
No Brasil, o Global Evolving Workforce indica que 54% dos trabalhadores se consideram mais produtivos ao trabalhar em casa, enquanto somente 14% discordam que esse formato de trabalho aumenta a produtividade.
Outra tendência que veio para ficar são os benefícios flexíveis. Esse modelo permite que o colaborador tenha poder de escolha e decida onde é melhor gastar a bonificação. Um cartão flexível pode contemplar: alimentação, refeição, transporte, combustível, saúde, cultura, educação, academia e saldo livre. Cada empresa pode definir como os valores serão distribuídos por seus colaboradores em cada uma das categorias oferecidas.
O conceito destes novos tempos é colocar não só os clientes no centro dos negócios, mas sim todos os serem humanos. Todas as pessoas, seja qual for o papel dela na corporação ou no mercado. As empresas começando a entender que não é apenas os resultados financeiros que movem o business, mas que o estado de bem-estar no ambiente de trabalho também pode contribuir, e muito, para otimizar os retornos dos negócios em todos os aspectos.
Em uma sociedade cada vez mais protagonista de suas ações e descentralizada em relação às informações que consome, ganha espaço nas grandes corporações o conceito de “human centricity” – ou centralidade humana. Mais que focar no cliente, as empresas buscam compreender as necessidades e desejos de todas as pessoas. É sobre tratar o outro além do consumidor ou trabalhador. Afinal, o trabalho hoje é visto apenas como mais uma das esferas da vida.
O fato é que a criação de espaços mais seguros e acolhedores, que abraçam a diversidade nas empresas, tem gerado engajamento dos colaboradores e colaboradoras, que por não precisarem mais sobreviver a ambientes corporativos hostis e desumanos, estão retribuindo com foco no trabalho e produzindo bons resultados nos negócios. O bom clima organizacional também é um dos principais responsáveis para que as empresas se interessem, comecem e evoluam nas boas práticas de ESG.
Outro termo que vem sendo cada vez mais observado por áreas de RH das empresas é o FIB (Felicidade Interna Bruta). É uma integração dos aspectos material, espiritual e cultural dos indivíduos e se baseia em bem-estar psicológico, estado de saúde, uso do tempo, interação com a sociedade, educação, cultura/arte e situação do meio ambiente. A Organização das Nações Unidas (ONU), com o apoio de diversos intelectuais reconhecidos mundialmente, adotou recentemente a FIB em suas métricas para avaliar o grau de desenvolvimento de uma nação. Com potencial ainda não calculado, a prática já é apontada como tendência e vem sendo adotada por empresas para mensurar seus resultados.
Evoluir é parte inerente à vida de qualquer companhia. Líderes bem-sucedidos sabem que os negócios de hoje não podem ser guiados por estratégias de ontem. Está claro, dentro de uma perspectiva histórica, como essa evolução tem ocorrido. Se na Revolução Industrial a preocupação era a eficiência produtiva, com o advento da globalização e a ampliação da concorrência, o foco passou a ser as pessoas. Agora, nesta era de comunicação descentralizada e que população está cada vez mais conectada, as estratégias de negócios precisam priorizar as conexões e experiências humanas.
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