Superando-se, Mulheres de Eventos 2024 é um acalento no Mês da Mulher

De acordo com a idealizadora do evento, Roberta Nonis, a 6ª edição do Mulheres de Eventos superou todos os recordes dos encontros anteriores
Roberta Nonis, fundadora da Evento Único e idealizadora do Mulheres de Eventos

Na última quinta-feira (7), aconteceu, na sala WCity do WTC Events Center o encontro Mulheres de Eventos, idealizado e realizado anualmente por Roberta Nonis, Meeting Planner fundadora da Evento Único. De acordo com a anfitriã, a edição de 2024 superou todos os recordes de suas edições anteriores, tornando-se um verdadeiro acalento às mulheres, no mês de março, comemorado o Dia Internacional das Mulheres. 

A abertura do evento ficou a cargo da anfitriã, que iniciou contando o porquê do uso simbólico do cor-de-rosa para estampar o encontro. "A gente começou a pedir para todo mundo vir de rosa, para ser a marca do nosso evento. Eu quando mais nova odiava a cor rosa, por essa cor representar o que de mais frágil tem em uma mulher. Mas, em 1980, a indiana Sampat Pal Devi, reuniu dezenas de mulheres, vestidas de rosa, para "devolver o favor" ao marido de uma conhecida, que a espancava. E assim nascia o movimento Gangue de Rosa, no original Gulabi Grang". 

A primeira painelista foi Milena Sakamoto, formada em Turismo pela Universidade Anhembi Morumbi, com pós graduação em Marketing pela ESPM, e profissional de eventos há mais de 24 anos. Milena liderou o painel “Uma mulher de Eventos”, onde abordou a si mesma enquanto profissional e mulher. A fundadora da Eventesse Live Marketing, agência que se destaca pela criatividade, inclusão de tecnologia e comunicação de qualidade, afirma que não há como falar sobre si, sem falar sobre sua empresa, uma vez que sua transformação se deu através da empresa.

Eu percebi então que a Milena lá atrás era muito centralizadora. Depois de um tempo eu notei que eu não tinha um time, eu tinha apenas apoiadores. Então eu precisei entender que eu não contrato as pessoas para dizer a elas o que elas tem que fazer, pelo contrário. Eu contratei um time porque acredito no potencial dessa galera, então essa construção da Milena e da Eventesse aconteceu durante 14 anos, com treinamento de equipe, visando o learning continuo, e o desenvolvimento de pessoas, para que pudéssemos crescer todos juntos”, conclui.

Na sequência, a Dra. Antonela Siqueira, endocrinologista especializada em Harmonização e Mariana Francelino, diretora de desenvolvimento de negócios na Hitachi Energy e Mulher Trans, subiram ao palco com a palestra "Mulher Trans é Mulher", contando sobre suas histórias, suas vivências e experiências até o ponto em que suas vidas se cruzaram. 

Antonela conta que, mesmo com sua inexperiência, aceitou uma vaga no Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transsexuais para cuidar de um trabalho muito bonito com a harmonização, mas que ninguém fazia lá em 2013. "Variabilidade de gênero existe, e é um fenômeno natural. Ninguém é igual, e o bonito é exatamente isso", afirma. 

Já Mariana, emocionada, agradece o espaço proporcionado pelo evento para contar algum de seus muitos relatos pessoais. "Quando eu era criança, eu já era uma menina. Eu já me sentia uma menina. Quando a adolescência chegou, e a puberdade mostrou a diferença entre os corpos femininos e masculinos, foi muito angustiante para mim, porque o meu corpo me dizia o que o meu coração não entendia: Você é menino, você é homem. Eu cresci, eu vivi a vida, eu me casei, eu tive filhos. Já adulto, com quase quarenta anos, depois de muita terapia e de um processo dolorido de auto-conhecimento, eu pari a Mariana. E depois de muita busca por uma representatividade que eu não tinha, e de muita dificuldade, eu conheci a Antonela. [...] E eu queria finalizar com uma pergunta para vocês, que ainda persiste, mulher trans é mulher?", indagou ela. 

Grace Afonso, Procurement Coordinator da M&E Latam na J&J, subiu ao palco em seguida, para contar seu relato pessoal como mãe de um menino transgênero, sob a temática "Uma mãe Trans". "Era dia cinco de março de 2020 e ali eu soube que eu estava guardando a minha menina em algum lugar e ganhando o meu menino", contou. 

Denise Medolla, Founder & Partner Casa 96, explicou que “Nós somos seres humanos e nós podemos passar por adversidades e está tudo bem", durante seu painel intitulado "Da determinação ao destaque: minha jornada rumo ao sucesso, para além da carreira profissional", onde ela comparou a geração anterior à geração Z, explicando as diferenças entre seus objetivos e significado de sucesso. "É nossa obrigação recebe-los e ouvi-los, e estar preparados para isso", disse. 

Rachel Strazzeri da Furinho de Ourocontou, ao longo de sua passagem pelo palco, sobre sua experiência no empreendedorismo feminino no Brasil, além de motivar toda a plateia a correr atrás de seus sonhos e nunca desistir deles, mesmo que a caminhada pareça muito turbulenta. 

Para finalizar, o evento contou com um Talk Show, nomeado "Mulheres na Liderança", com Jacqueline Meirelles criadora da Arena ESG, Deyse Amaral, Especialista em Leilões de Fazendas e dívidas rurais, Fernanda Fernandes, Diretora BU de Eventos na Costa Brava Travel & Events e Barbara Silva, Gerente de Tesouraria e Adm Vendas, com cada uma das mulheres contando suas experiências de vida e profissional, além da luta por cada uma de suas causas. O último dos painéis contou com Geovana Quadros, contando sobre sua carreira na área de eventos e seu livro, Dicas de Mulheres Inspiradoras

Antes do Happy Hour & Show "Cor de Rosa Choque - Rita Lee in Concert", com Marvio Ciribelli, Sheila Sá e Cadu Pontes, em homenagem a saudosa Rita Lee, Roberta Nonis falou exclusivamente acerca do sucesso de seu evento único, e necessário: "O evento foi criado no fim de 2018, em uma inspiração que eu tive, porque eu trabalhei em uma multinacional, onde nós, mulheres, tínhamos todo o suporte que todas as corporações tem das iniciativas globais, como o ONU Mulheres ou o Mulheres na Liderança. Quando eu montei a consultoria para trabalhar com o mercado de eventos, eu pensei: Nós somos a maioria, e uma maioria da cadeia produtiva que não tem acesso aos conceitos de uma multinacional", conta. 

"O Mulheres de Eventos nasce por isso. Para treinar, capacitar, profissionalizar e dar importância à profissionais de eventos. A primeira edição contou com 30 pessoas; a segunda chegou a 80 pessoas; No ano passado foram 130 e este ano batemos 200 pessoas. Não são somente mulheres da indústria de eventos, tem mulheres de todos os seguimentos que tem vontade de vir, e portanto, no ano que vem eu pretendo ampliar no que eu puder o nosso encontro", afirma. "O que eu senti, desse ano, que fez toda a diferença, foi o fato da gente ter tido a coragem de trazer temas como a Transexualidade, que é algo que todo mundo fala, mas não pratica a inclusão, então eu me sinto realizada porque eu atingi o meu objetivo, que era trazer um olhar para a causa da mulher. Nós falamos da causa da mulher preta, da causa da mulher trans, da causa de pessoas e hoje, eu sinto que nós conseguimos plantar uma sementinha da reflexão no coração das pessoas", concluiu. 

Confira algumas imagens do evento: