O transporte aéreo de cargas movimentou, até outubro deste ano, 1,2 milhão de toneladas de cargas, volume 10,2% superior ao registrado no mesmo período de 2023. Os dados foram apresentados pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) nesta quinta-feira (28) durante o evento Vozes do Setor Aéreo, que reuniu em Brasília representantes do governo federal, Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), empresas aéreas e concessionárias de aeroportos para debater cenários e oportunidades do mercado de cargas.
As aéreas brasileiras transportaram 405,3 mil toneladas no mercado doméstico, o que representa um acréscimo de 12,5% em relação ao montante movimentado no ano passado. Já no internacional, com movimentações de empresas brasileiras e estrangeiras, foram transportadas 843,3 mil toneladas de cargas, 9,1% a mais que 2023. Quando comparado ao mesmo período de 2019, pré-pandemia da Covid-19, o transporte de cargas domésticas cresceu 9% e o internacional 20%, respectivamente.
“Esse aumento é bastante significativo. As exportações fazem os números subirem no segmento internacional, mas os indicadores internos também chamam a atenção, com uma variação de dois dígitos na comparação com 2023. Assim como no mercado de passageiros, vemos uma recuperação sólida no volume de cargas. E há potencial para aumentar esses números, sobretudo no doméstico. Temos que trabalhar em conjunto para seguirmos crescendo”, afirma a presidente da ABEAR, Jurema Monteiro.
Para o diretor da ANAC, Ricardo Catanant, o transporte aéreo de cargas precisa de previsibilidade e segurança jurídica para seguir crescendo. “É preciso dar luz ao modelo regulatório e discutir as particularidades juntamente com os atores do setor. Temos que pensar também em novas formas de atrair o empresariado, para utilizarem mais o transporte aéreo para cargas”, pontuou.
“Temos bastante trabalho pela frente. Às vezes, o tema passageiros toma mais espaço na agenda, mas com certeza temos que aumentar o debate sobre cargas. A Secretaria Nacional de Aviação Civil está à disposição para trabalhar junto com a ABEAR e parceiros para endereçar demandas”, acrescentou a diretora de Investimentos da SAC, Luiza Deusdará.
Segundo o diretor de Relações Externas da Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA), Marcelo Pedroso, é preciso sinergia entre as aéreas e a Receita Federal no transporte internacional de cargas. “Estamos dispostos a contribuir para trazer experiências internacionais para debate, sempre visando a melhoria dos procedimentos aqui no país”, disse. Também estiveram presentes no evento representantes da Receita Federal, Aeroportos do Brasil (ABR), Força Aérea Brasileira (FAB) e consultores do setor.
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