Esse final de semana (11 e 12 de fevereiro) foi para deixar os profissionais de eventos de cabelo em pé! Fomos de 0 a 100 muito rápido!
E ficamos de cabelo em pé por dois motivos: o primeiro diz respeito ao REP FESTIVAL, digno de documentário, que alguma empresa de streaming precisa rápido lutar pelos direitos. Foi quase um remake de dois excelentes documentários já bastante famosos, Woodstock 99 e Fyre Festival; o segundo motivo, digno de ficar boquiaberta, perplexa e com os cabelos em pé do arrepio que foi aquilo: SHOW DO SUPER BOWL.
Daí você acompanha no sábado, nas redes sociais, pessoas chorando, gritando de medo, gritando de ódio, indignadas e ao mesmo tempo mudas! Ninguém para ouvi-las e dar um mínimo de explicação do que estava acontecendo. E no domingo vem o SUPER BOWL para esfregar na cara da sociedade o que é uma organização, um planejamento, uma cenografia, um senso de estratégia de marketing em apenas 13 minutos.
Para quem não acompanhou, explico aqui resumidamente:
DIAS 11 E 12 DE FEVEREIRO
REP FESTIVAL - RJ
O evento estava em sua 4ª edição e traria grandes nomes da cultura rap. A expectativa de público era de 60 mil pessoas, do Brasil todo, em cada dia e aconteceria na Barra da Tijuca. Há 10 dias antes do evento, a organização informou aos participantes que o local seria alterado para Guaratiba, o que gerou muita insatisfação do público. Inúmeras perguntas sobre o motivo e solicitação de devolução do dinheiro não foram respondidas. Galera já foi para o evento com aquela raivinha, mas o que é isso perto de toda experiência que ainda viveriam, não é mesmo? Só que a experiência a la Rock in Rio (claro que era essa a expectativa) com ônibus expressos para a cidade do rap já não deu certo. Aquela bagunça de filas enormes para pegar o ônibus e depois nem perto do evento o transporte conseguia chegar, pois o trânsito estava caótico (tudo isso relatos dos próprios participantes que postaram nas redes sociais). Pessoal desistiu do ônibus e foi andando, mas chegando no evento era o Woodstock 99 ressuscitado! Lama, cobras, choques e sapos! Ninguém da organização falava nada, nenhuma postagem, nenhum e-mail, nada! Alguns artistas nem pisaram no palco, outros pediram desculpas.
O segundo dia de evento foi cancelado com uma nota dizendo nada.
DIA 12 DE FEVEREIRO
SHOW NO INTERVALO DO SUPER BOWL – EUA, ARIZONA
Como todos já conhecem, afinal está em sua 57ª edição, o SUPER BOLW traz um show de montagem. No intervalo do futebol americano, a organização montou um palco para a cantora Rihanna. Ops, um palco não! Vários palcos, dentre eles palcos aéreos. Montar em 8 minutos, show em 13, desmonta em mais 8 minutos. Nem vou entrar no mérito da sincronia da coreografia.
Um final de semana para ficar na história, pelo menos para mim.
Quem entrega um evento, independente da estratégia dele (um show, lançamento de um produto, relacionamento, premiação, celebração e tantos outros), só tem um único objetivo: entregar para pessoas. Não existe uma pessoa nesse mundo que pense: nossa, deixa eu comprar esse ingresso ou aceitar esse convite para viver o pior dia da minha vida, passar frio, fome ou seja lá o que for. Existe, óbvio, níveis de entrega, como por exemplo, mais simples, mais sofisticadas, mais roots, mas nenhuma delas seria para colocar a vida de pessoas em risco. Os participantes do REP FESTIVAL, evento o qual não tinha nenhuma estrutura básica, tiveram sua saúde e segurança desrespeitados.
Pessoas! Nosso trabalho requer muitos cuidados, segurança, análises. Sabe aquela frase “evento todo mundo faz”? Serve bem para isso que vimos acontecer nesse final de semana e fica a reflexão: o que você quer entregar para quem for ao seu evento? E não estou falando da montagem bilionária do Super Bowl. Estou dizendo sobre o sorriso, o arrepio de felicidade que os participantes do REP FESTIVAL mereciam. Eles mereciam cantarem alto, pular, tirar fotos, se emocionarem exatamente como quem estava assistindo Rihanna.
Uma pena terem passado por isso, e eu sinto muito por todos que passaram por essa experiência ruim, tanto os participantes quanto os artistas. Aos organizadores sérios, profissionais íntegros, compartilho minha indignação ao saber que empresas como essa estejam no mercado. Para nós, é sabermos dizer NÃO para situações que possam colocar em risco a segurança dos participantes.
Tanta coisa poderia ter sido feita nessa história do REP FESTIVAL. Mas isso é assunto para outro momento. Por agora, só torcer para que tudo termine como deveria ser terminado.
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