A tão aguardada estreia da NFL na América do Sul não decepcionou, estabelecendo-se como um sucesso em várias frentes. Na última sexta-feira, a Neo Química Arena, em São Paulo, foi palco do Kickoff da temporada 2024/25, com um público de quase 50 mil pessoas. Os ingressos esgotaram-se em poucas horas, e as experiências imersivas antes do jogo demonstraram o entusiasmo dos fãs brasileiros. Com o Brasil cada vez mais consolidado na rota de grandes eventos internacionais, o Hurb, empresa de tecnologia no mercado de turismo há 13 anos, reúne os impactos positivos para o setor de viagens que resultaram da partida.
Além do impacto esportivo, o evento teve grande relevância econômica e turística. Estima-se que a estreia tenha movimentado mais de R$300 milhões. Um levantamento da Embratur, com dados da ForwardKeys, revelou um aumento de 133% nas compras de passagens aéreas para São Paulo na primeira semana de setembro, em comparação ao mesmo período do ano anterior.
A base de fãs da NFL no Brasil está em crescimento acelerado. Segundo um estudo do IBOPE Repucom, 35% da população brasileira se considera fã de futebol americano, representando 41 milhões de pessoas – um aumento de 310% desde 2014. Esse crescimento, junto à primeira experiência positiva, levou o comissário da NFL, Roger Goodell, a expressar o desejo de realizar mais partidas no Brasil.
Marcelo Freixo, presidente da Embratur, destacou a importância de o Brasil sediar grandes eventos internacionais: “Esses acontecimentos são uma oportunidade de sermos vistos pelo mundo e de aumentarmos o fluxo de turistas internacionais, não só na data do evento, mas nos meses e anos subsequentes. (...) Quando sediamos um jogo da NFL ou um show da Madonna, por exemplo, o mundo olha para nós e vê que o Brasil da democracia e do diálogo voltou. Estamos de braços abertos para receber esses turistas e construir um país ainda melhor no futuro”.
A combinação entre esporte e entretenimento musical também contribui significativamente para o crescimento da NFL no Brasil. Na última sexta-feira (06), por exemplo, Luísa Sonza foi responsável pela execução do Hino Nacional Brasileiro, enquanto Anitta apresentou alguns sucessos no intervalo dos jogos. Saquon Barkley, running back dos Eagles, descreveu a experiência de ouvir o Hino Nacional, cantado por Sonza e pelos brasileiros presentes: “Eu amo meu país, mas nunca vivi nada como o momento do Hino Nacional do Brasil. Fiquei arrepiado, foi uma honra presenciar isso”.
O maior exemplo atual de megaevento que combina esporte e música é o Super Bowl, que marca a final da competição estadunidense de futebol americano. Na 59ª edição do evento, que acontecerá em 9 de fevereiro de 2025, em Nova Orleans, Kendrick Lamar será a atração do show do intervalo. Para se ter uma ideia da projeção do evento, transmitido em todo mundo, um comercial de 30 segundos durante os breaks custa cerca de US$7 milhões. Essa união de esportes com grandes nomes da música atrai diferentes públicos, incentivando muitos a assistir à NFL, ao menos uma vez por ano.
A estreia da NFL na América do Sul fortalece o Brasil como um dos maiores mercados de futebol americano no mundo, atrás apenas de Estados Unidos e México. Esse evento marca o início de uma nova era para o esporte no país.
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