É impressionante: quanto mais coletivo o mundo se torna, mais importante se torna também o papel de cada indivíduo e mais necessário se faz com que cada elo, cada pessoa da corrente esteja mais forte. Por isso, gostaria de lembrar sobre o caloroso SWY- Start With You, que iniciou no Brasil em 2010 e ficou conhecido como Começa por Você – um movimento tão pulsante e sedutor, que até parecia um sonho.
Mas não era. Era real, e de alguma forma criou raízes no mundo corporativo, desaguando nos movimentos de sustentabilidade, diversidade, equidade, inclusão, e claro, nas práticas e siglas do famoso e desejado ESG: governança ambiental, social e corporativa.
A ideia cada vez mais estruturada do movimento Começa por Você é a de que, se queremos um mundo melhor, podemos fazer isso acontecer. Em vez de ficar esperando que grandes ONGs ou entidades lutem por nós, devemos começar e liderar a luta, principalmente por meio de pequenas atitudes, que são possíveis e temos total poder de encabeçar.
Quando conseguimos ressignificar toda cultura estrutural baseada no capital, no poder, nos preconceitos e em toda sorte de recursos escassos com os quais fomos educados, desenvolvemos uma nova consciência, uma nova cultura, e aí, começamos a mudar também nossas vontades e nossos desejos de transformação. Claro que continua não sendo uma tarefa fácil lutar contra os “grandões”, os poderosos chefões das corporações, da política ou do planeta. Mas nós, a população, somos em maior número. Então, não podemos aceitar tudo o que vier sem ao menos questionar.
Se você, por exemplo, é um produtor de eventos e consegue influenciar seu cliente sobre a importância de usar água em galão nos eventos, evitando o desperdício de centenas de copos ou garrafas plásticas, está fazendo a sua parte. Se você, empresário de uma agência, diz não às práticas predatórias, como participar de processos com mais de dez concorrentes, você está evitando também um processo danoso e de muito desperdício de fornecedores e de toda a cadeia produtiva envolvida.
Se você é um comprador consciente, reconhece o valor dos fornecedores que atendem às regras ESG, você pode passar a priorizar da mesma forma outras premissas, e não somente as financeiras na escolha dos próximos parceiros. Se você, fornecedor que está na ponta da cadeia produtiva de seu setor, é responsável pela origem e pelo descarte de seus materiais, você está, a sua maneira, liderando essa transformação.
E no dia a dia das empresas, quando você se sente longe do poder ou da tomada de decisão, você pode influenciar outras pessoas que conhece e que estão mais próximas da alta liderança. Elas – por sua vez – poderão ampliar a voz nos mais elevados escalões da firma.
E você, como líder de uma grande organização, consciente da ausência de diversidade em sua área, pode ter a curiosidade de entender melhor como transformar esse quadro, atuando antes, durante e depois do processo de seleção dos próximos colaboradores. Enfim, sempre é possível transformar. Quer salvar o mundo? Comece hoje. Comece por você.
Por: Ronaldo Bias Ferreira Jr.
Ronaldo Bias Ferreira Jr. é sócio-diretor da um.a Diversidade Criativa. Formado em comunicação social e marketing, é empresário, empreendedor e fundador do programa de capacitação Mestre Diversidade Inclusiva (MDI).
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